Eleitos no pleito que colocou fim à força petista no Grande ABC, de maneira esmagadora, quatro prefeitos do PSDB passarão a administrar, a partir de janeiro, R$ 9,65 bilhões. É o valor somado da estimativa orçamentária de Santo André, São Bernardo, São Caetano e Rio Grande da Serra, onde o partido saiu vitorioso das urnas. Equivale a 76,9% de toda a verba que vai entrar nos cofres públicos da região em 2017. É muito dinheiro. Por isso, os administradores precisam geri-lo com responsabilidade.

A primeira preocupação de Paulo Serra, Orlando Morando, José Auricchio Júnior e Gabriel Maranhão teria de ser a de direcionar os recursos de acordo com o recado que o eleitor deu ao reprovar veementemente o método do partido outrora hegemônico na região. A falta de lisura no trato com as verbas públicas, que ficou demonstrada em vários episódios envolvendo gestores petistas, no Grande ABC ou alhures, certamente foi um dos fatores que pesaram no sonoro basta que a sociedade deu ao PT.

Fazer diferente deve, pois, ser objetivo perseguido pelos tucanos que, aclamados pelas urnas, preparam-se agora para assumir os postos de prefeito. A comunidade regional espera, com entusiasmo, que os chefes de Executivo, e suas respectivas equipes, recorram à transparência na destinação do dinheiro e apliquem-no em programas e projetos de grande alcance social com profissionalismo e ética.

As sete cidades têm muitos desafios para enfrentar, e vencer. O atual modo de administrar, que se encerra em 31 de dezembro, foi democraticamente deposto pelas urnas. O fato de cinco das sete cidades terem apostado na oposição emite sinal claro aos futuros prefeitos. O PSDB, majoritariamente vencedor na região, no Estado e também no Brasil, recebeu a confiança da sociedade. No Grande ABC, como mostra hoje este jornal, existe dinheiro suficiente para executar as promessas e os compromissos de campanha. Espera-se que os tucanos não decepcionem. O exemplo de como não fazer já foi dado pelos petistas. Evitar a repetição de erros já é bom começo.