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Atençao aos desabrigados é objetivo dos esforços na Colômbia
Do Diário do Grande ABC
29/01/1999 | 13:38
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Cinco dias depois de a regiao cafeeira colombiana ter sido sacudida por um violento terremoto, que deixou mais de 800 mortos, todos os esforços se voltam agora para o socorro aos desabrigados.

O presidente Andrés Pastrana concluiu em um conselho milisterial os detalhes das medidas de emergência econômica e social anunciadas nesta quinta-feira para conseguir os recursos que permitam reconstruir as zonas afetadas pelo tremor.

Com o estado de emergência, o segundo a ser decretado em menos de três meses, o governo buscará recursos para reabilitar cerca de vinte cidades de cinco departamentos do centro-oeste e do sudoeste do país.

Em apoio a esta medida, o Executivo também estuda a possibilidade de criar temporariamente uma contribuiçao "parafiscal" sobre as transaçoes bancárias, similar a uma decretada em novembro passado, que terá vigor até o próximo 31 de dezembro.

Nesta quinta, o chefe de Estado disse que a Colômbia espera a chegada de um crédito brando do Banco Mundial de 300 milhoes de dólares para ajudar os desabrigados, cujo número é estimado em mais de 150 mil.

Pastrana anunciou para Armênia medidas extraordinárias de segurança, como o toque de recolher indefinido, para evitar que volte a haver saques como os registrados esta quarta-feira, praticados por centenas de desabrigados famintos.

Vários organismos humanitários e brigadas oficiais continuaram distribuindo hoje, em Armênia, cidade mais afetada pelo tremor, toneladas de alimentos e água entre os desabrigados. Outros acordaram cedo para fazer fila em frente às instalaçoes da Cruz Vermelha em busca de comida, água potável, cabanas de camping e remédios, depois de outra noite de chuva.

Um grupo de 36 especialistas dos corpos de resgate da polícia e os bombeiros de Tóquio e Osaka, sob o comando do capitao Watanabe Ze, instalou câmaras de fibra ótica entre as ruínas das lojas do centro da cidade para localizar outros corpos.

Especialistas dos Estados Unidos, França, Alemanha, Gra-Bretanha, Espanha, Rússia e México, entre outros, continuaram o trabalho de remoçao das montanhas de escombros e ferro retorcido com a esperança de encontrar outros sobreviventes.

Enquanto isso, a ajuda humanitária oferecida por cerca de trinta países continuou sendo feita de forma efetiva nesta sexta, ao mesmo tempo em que milhares de colombianos se reuniram nos postos instalados pelo Governo em várias cidades do país para levar suas doaçoes em dinheiro.

Até mesmo os presos da penitenciária La Picota, em Bogotá, uma das mais importantes do país, arrecadaram quase 600 dólares para ser depositados em uma das contas bancárias abertas para arrecadaçao de fundos.

A ajuda do Brasil, Coréia, Venezuela, Nicarágua, Argentina, Chile, Grécia, Hungria, Israel, Itália, Peru, Uruguai e Canadá, entre outros, se somou a de organismos como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - com uma doaçao de dez milhoes de dólares -, a Organizaçao de Estados Americanos (OEA) - com 20 mil dólares - e a Uniao Européia, com um milhao de euros (1,158 milhao de dólares).

Um DC-8 fretado pela organizaçao humanitária Médicos sem Fronteiras (MSF) aterrissou hoje na Colômbia com 30 toneladas de material de socorro. O carregamento inclui, sobretudo, material médico e para a instalaçao de despensas, abrigos, equipamento para saneamento de água, biscoitos proteinizados e dois veículos 4x4, informou um responsável do serviço da MSF, com sede em Bordeaux (França).

O governo colombiano, por sua vez, anunciou nesta sexta a construçao de 15 mil casas para os desabrigados, com facilidades de financiamento.




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