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Caramanlis mantém maioria absoluta no Parlamento grego
Da AFP
17/09/2007 | 12:00
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O primeiro-ministro grego, o conservador Costas Caramanlis, conseguiu manter a maioria absoluta no Parlamento apesar das críticas à postura do governo durante os incêndios que assolaram uma parte do país há duas semanas.

O partido de Caramanlis, ND (Nova Democracia), obteve 41,8% dos votos nas eleições legislativas realizadas no domingo, resultado que lhe dará 152 deputados, com os quais a formação revalida a maioria absoluta (em 300 assentos).

O chefe de Estado grego, Carolos Papoulias, encarregou Caramanlis da formação de um novo governo. Segundo a Constituição grega, ele tem três dias para formar seu novo gabinete, que segundo anunciou terá "sangue novo" e será mais reduzido.

Ressalvas- Os resultados conquistados são, no entanto, sensivelmente inferiores aos obtidos em 2004, quando o ND se impôs com 45,3% dos votos e 165 assentos. Isto dificultará a realização das reformas econômicas e sociais prometidas nas campanhas.

"Não será nada fácil para o ND manter sua política", previu nesta segunda-feira o jornal Eleftherotypia (esquerda).

Mas o partido do governo não foi o único a perder algo no processo eleitoral. O Pasok (Partido Socialista) obteve o pior resultado desde 1981, com 38,1% dos votos e 102 deputados (2,4 pontos e 15 assentos a menos que em 2004).

O líder dos socialistas gregos e atual presidente da IS (Internacional Socialista), Georges Papandreu, fez mea culpa após ser informado dos resultados e anunciou que colocaria seu cargo à disposição do partido.

Dois candidatos já se apresentaram para seu lugar: Evangelos Venizelos, um peso pesado do partido, várias vezes ministro, e a ex-comissária européia de Emprego e Assuntos Sociais (1999-2004), Anna Diamantopulu.

Beneficiados- Os grandes favorecidos pela crise política desencadeada pelos incêndios florestais foram os partidos pequenos, beneficiados também por uma reforma da lei eleitoral.

O principal vencedor foi o Laos (Alarme Popular Ortodoxo), um pequeno partido de extrema direita liderado pelo eurodeputado Georges Karatzaferis e que entra pela primeira vez no Parlamento com dez deputados.

No domingo à noite, Karatzaferis, que foi expulso do ND em 2000, advertiu que apenas apoiará o primeiro-ministro "nos aspectos positivos de seu trabalho".

A extrema-esquerda também conquistou um resultado histórico ao ter conseguido canalizar o descontentamento popular pela crise dos incêndios.

O Partido Comunista (KKE), um dos poucos na Europa que não se reformou depois da queda da URSS (União Soviética), obteve 22 cadeiras (10 a mais que em 2003) e 8,1% dos votos. Já a Coalizão da Esquerda Radical (Syriza), obteve 14 vagas (contra 6 em 2003).

Estas duas formações, inimigas, já anunciaram que combaterão as reformas econômicas e sociais anunciadas pelo governo.

Depois de ter reduzido o déficit orçamentário para 2,6% do PIB em 2006 (de 7,9% em 2004) e com um crescimento econômico superior a 4% por ano, Caramanlis prometeu realizar as reformas profundas exigidas por Bruxelas: as aposentadorias e pensões, o mercado de trabalho e o ensino superior.




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