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Vaticano ainda não informa a data do conclave
Do Diário OnLine
04/04/2005 | 18:05
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O Vaticano ainda não anunciou a data do conclave, a reunião de cardeais que elegerá o sucessor de João Paulo II e que, segundo a Constituição Apostólica, deve começar entre o 15º e o 20º dia depois da morte do papa.

O conclave, que é secreto e a portas fechadas, reunirá 117 cardeais de todo o mundo. Durante a votação, nenhum contato com o mundo exterior é permitido.

O novo papa é eleito por voto secreto. Antes, o pontífice era escolhido com dois terços dos votos mais um. Mas João Paulo II mudou essa regra e agora são necessários 50% dos votos mais um. Depois de cada sessão, os papéis da votação são queimados. Uma substância química é adicionada para que uma fumaça cinza seja expelida da chaminé ao lado da Capela de São Pedro no Vaticano.

Quando os cardeais chegam a uma conclusão, o deão (cardeal mais velho) pergunta ao escolhido se ele aceita a eleição e por qual nome deseja ser conhecido. Em seguida, a fumaça que sai da chaminé passa a ser branca. O deão surge no balcão de frente para a praça de São Pedro e anuncia ao mundo: "Habem us Papam" (Temos um papa).

Último cardeal secreto do papa - João Paulo II morreu sem revelar a identidade do último cardeal 'in pectore' que havia escolhido em 2003 e que nunca saberá de sua nomeação, a menos que o Sumo Pontífice, como chefe do Estado do Vaticano, tenha deixado informações por escrito a seu sucessor.

A fórmula do 'cardeal in pectore' permite aos papas honrar prelados cuja nomeação poderia representar riscos para eles ou para as relações do Vaticano com um Estado, ou então por simples razões de oportunidade.

João Paulo II nomeou 31 cardeais no último consistório, em outubro de 2003, e anunciou então que guardava "em seu coração" a identidade de um outro.

Três nomes foram mencionados: o arcebispo de Moscou Tadeusz Kondrusiewicz, muito criticado pelo patriarcado ortodoxo local, o arcebispo de Hong Kong Joseph Zen Ze-Kiun, cuja nomeação poderia provocar um conflito diplomático com as autoridades chinesas, e o arcebispo polonês Stanislaw Dziwisz, o secretário particular de João Paulo II.

Paulo VI morreu em 1978, guardando 'in pectore' os nomes de dois cardeais. Ninguém sabe se ele deixou uma carta a seu sucessor para solicitar que nomeasse oficialmente os dois prelados.

Segundo o código do direito canônico, enquanto o nome do cardeal 'in pectore' é secreto, os deveres e direitos dos cardeais não se aplicam a ele. "No entanto, assim que seu nome for publicado pelo Pontífice, o cardeal 'in pectore' tem os mesmos direitos e deveres que os demais", destaca este código.

Para que o cardeal secreto possa participar do conclave, seu nome deveria ser publicado pelo papa e ele deveria ter menos de 80 anos.

No passado, os cardeais 'in pectore' haviam sido criados nos países comunistas e seus nomes eram mantidos em segredo para evitar que fossem perseguidos.

Foi exatamente o que aconteceu no caso do cardeal chinês Gong Pin-Mei, criado cardeal secreto em 1979 por João Paulo II quando ele cumpria uma condenação de prisão perpétua em seu país.

Quando, após mais de 30 anos de prisão, o prelado octogenário foi autorizado a emigrar aos Estados Unidos, o papa revelou sua nomeação, em 1991.

O mesmo ocorreu com o letão Janis Pujats e com o ucraniano Marian Jaworski, escolhidos para os cargos criados em 1998 e revelados em 2001. 




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