Um novo pedido para que o ex-ditador chileno Augusto Pinochet seja privado de sua imunidade parlamentar foi entregue nesta terça-feira pelo advogado Hernán Quezada, que responsabilizou o general pela desaparição de dois presos políticos na prisão secreta de Villa Grimaldi, que funcionou na zona leste de Santiago.

O pedido faz parte do processo dirigido pelo juiz Alejandro Solís, que investiga o desaparecimento de oito presos políticos nesse centro de torturas durante o regime do general Pinochet (1973-1990).

Quezada solicitou que o ex-ditador perca sua imunidade para que esclareça que papel desempenhou no seqüestro de María Julieta Ramírez e Luis Palomino Rojas, que desapareceram de Villa Grimaldi entre novembro e dezembro de 1974.

"Há suspeitas fundadas sobre a participação de Pinochet nestes fatos", disse o advogado, que representa os familiares das vítimas.

O juiz Solís ordenou a prisão no dia 8 de agosto de 12 militares reformados e de dois agentes da ditadura, incluindo o general Manuel Contreras, fundador da polícia secreta, que já foi condenado a 12 anos de prisão em outro julgamento similar.

Pinochet, de 89 anos, foi privado de sua imunidade no dia 14 de setembro, no processo relativo aos 119 desaparecidos em conseqüência da "Operação Colombo", um plano repressivo para eliminar opositores. A Suprema Corte estuda outro pedido de perda de imunidade devido às contas secretas que o ex-ditador chileno manteve em bancos dos Estados Unidos e de outros países.