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‘Velho’ Rubinho de volta a Interlagos
Flavio Gomes
Especial para o Diário
05/04/2003 | 19:02
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Rubens Barrichello se reencontrou com seu público. E Interlagos, onde ele nasceu para o automobilismo, se reencontrou com o velho Rubinho ontem. O piloto da Ferrari conseguiu a pole-position para o GP do Brasil, terceira etapa do Mundial de Fórmula 1. É a primeira pole de um brasileiro em casa desde 1994, com Ayrton Senna.

Enxovalhado pelos torcedores nos últimos anos quando corria em Interlagos, Barrichello lavou a alma na tarde ensolarada de sábado. Com o tempo de 1min13s807, deixou todo mundo para trás e, para seu alívio e sorte, viu o companheiro Michael Schumacher fazer seu treino mais apagado desde 1998, conseguindo apenas a sétima posição no grid.

É a maior distância entre o brasileiro e o alemão num grid desde o GP da Inglaterra de 2000, quando Rubens largou na pole e Michael, em quinto.

"Estou tão contente, tão contente, que nem sei o que dizer”, falou o brasileiro. “Desde criança, tudo que eu sonhava era ter um carro competitivo aqui para poder comemorar uma pole com a torcida”.

Rubens foi o penúltimo piloto a ir para a pista no treino de voltas lançadas. E não se pode dizer que tenha conseguido a pole sem algum suspense. O surpreendente Mark Weber, da Jaguar, primeiro colocado na sexta-feira, abriu sua volta com duas parciais melhores que as de Barrichello, mas acabou sucumbindo no último trecho do circuito. Mesmo assim, ficou em terceiro no grid, 0s044 atrás do brasileiro e 0s033 atrás de David Coulthard, o segundo.

Barrichello contou que quando foi para a pista pediu à equipe para tirar do seu painel eletrônico no cockpit as informações sobre as parciais do circuito. Na cronometragem, cada pista é dividida em três trechos que balizam o tempo de volta total. “Queria me concentrar apenas na minha volta. Me preocupei em não cometer erros e em não passar do limite”.

Barrichello, embora garanta que adora correr em São Paulo, convive há muito tempo com o que se chama de “maldição de Interlagos”. Em dez participações, conseguiu chegar ao final de apenas uma, em 1994, quarto lugar com a Jordan. Nas demais, quebrou ou bateu. “Não penso nisso. Agora, me preocupo apenas em fazer uma boa corrida. A pole é importante, mas o que conta mesmo é a corrida.”

Todos na Ferrari festejaram muito o resultado de Barrichello, deixando de lado o mau desempenho de Schumacher. “É muito bonito o que aconteceu aqui, diante de um público fantástico”, disse o diretor Jean Todt. A torcida também comemorou bastante. Assim que ele desceu do carro, já sabendo que Webber não o tinha superado, nas arquibancadas explodiram os gritos de “Rubinho! Rubinho!”.

Mesmo aos 30 anos de idade e em sua 11ª temporada na F-1, ele ainda é o Rubinho, no diminutivo, para a imensa maioria dos torcedores brasileiros. Foi assim que ele ficou conhecido, no início dos anos 80, quando começou a encantar os fanáticos abnegados que frequentavam o kartódromo de Interlagos. Rubinho porque o pai, velho morador do bairro, é chamado de Rubão.

O GP do Brasil começa às 14h e terá 71 voltas.




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