A Justiça Federal irá ouvir hoje, em Santo André, duas testemunhas de Luiz Carlos da Silva, o professor Luizinho (PT), no caso do Mensalão. O suposto esquema de compra de votos de parlamentares tramita no STF (Superior Tribunal Federal).

O ex-deputado federal de Santo André é acusado pelo crime de lavagem de dinheiro por ter recebido R$ 20 mil do esquema. O saque foi feito em dezembro de 2003 na boca do caixa do Banco Rural, da Avenida Paulista, pelo seu ex-assessor José Nilson dos Santos, que prestará depoimento hoje.

Procurado pelo Diário, professor Luizinho não quis comentar o assunto. "Não estarei presente na oitiva. Não vou me pronunciar, só espero que as testemunhas falem a verdade", limitou-se a dizer. À época, o ex-deputado disse ao Conselho de Ética da Câmara que "não sabia do saque" e que o dinheiro foi resultado de um acordo entre José Nilson e o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, "sem seu conhecimento".

A segunda testemunha de Luizinho é José Carlos Nagot.

De acordo com o STF, os depoimentos serão dados ao juiz titular da 3ª Vara Federal de Santo André, Uilton Reina Cecato, com o acompanhamento da procuradora da República em São Bernardo, Fabiana Rodrigues de Souza. As informações serão encaminhadas ao relator do processo, o Ministro do STF Joaquim Barbosa, em Brasília. As audiências ocorrerão a portas fechadas.

Ontem, foi a vez de Cilene da Silva Antoniolli ser ouvida em Santo André. Ela testemunhou em defesa do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. Ele foi acusado pelo relator do caso de ser o líder o esquema do Mensalão. O STF aceitou as denúncias de corrupção ativa (pena prevista de 2 a 12 anos) e formação de quadrilha (pena prevista de 1 a 3 anos).

Segundo a Procuradoria da República em São Paulo, ela trabalha no diretório nacional do PT em São Paulo e era responsável pelas atas de reuniões da legenda. Amanhã, o cantor sertanejo Sérgio Reis será ouvido no Fórum de Guarulhos.

Mensalão - O suposto esquema de compra de votos de deputados para aprovação de projetos foi denunciado em maio de 2005 pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB).