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CPI pede prisão preventiva de fiscais suspeitos de corrupção
Do Diário OnLine
05/02/2003 | 22:00
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga um suposto esquema de propina na Secretaria de Fazenda no Rio de Janeiro, na gestão do ex-governador Anthony Garotinho, comunicou nesta quarta-feira que irá pedir a prisão preventiva dos cinco principais suspeitos de envolvimento no caso: os ex-fiscais Rodrigo Silveirinha, Júlio César Nogueira, Lucio Manoel Picanço, Rômulo Gonçalves e Carlos Eduardo Pereira Ramos. O pedido dever ser enviado à Justiça até quinta-feira.

No primeiro dia de trabalho, a CPI ainda decidiu solicitar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de todos os servidores que ocuparam cargos de alto escalão na Secretaria da Fazenda nos últimos quatro anos.

A Comissão foi instalada na Assembléia Legislativa do Estado diante da descoberta de contas bancárias na Suíça com depósitos superiores a US$ 33 milhões, que pertenceriam aos ex-fiscais. De acordo com a denúncia, o dinheiro teria sido arrecadado com a cobrança de propina de empresas do Rio. Em troca do pagamento, essas empresas recebiam anistia de multas e outros benefícios tributários.

O início dos trabalhos da CPI foi marcado por uma polêmica em torno da permanência do deputado Carlos Minc (PT), um dos relatores da comissão, no grupo. Os parlamentares que compõem a comissão tiveram conhecimento de que Minc recebeu doações de representantes de um banco suíço para a realização de sua campanha. Além disso, o petista, assim como o deputado Edmilson Valentim (PTdoB), teria recebido doações da Distribuidora da Coca-Cola no Rio de Janeiro, que é um dos alvos da CPI.

Depois de duas horas de reunião, por sete votos a favor e um contra, os deputados decidiram pela permanência de Minc na comissão. O presidente da CPI, deputado Paulo Melo (PMDB), acabou aceitando as justificativas apresentadas por ele, que negou a acusação e chegou a afirmar que os seus colegas estariam desviando as atenções das investigações para o seu foco principal. "Querem melar a CPI, mas não vão conseguir", disse pela manhã.

Antecipação — O deputado federal Fernando Lopes, secretário licenciado de Planejamento e Controle do governo de Rosinha Matheus (PSB), entregou na manhã desta quarta à CPI a quebra dos seus sigilos bancários, telefônico e fiscal. O nome de Fernando Lopes é citado por Romeu Sufan, intermediário entre os fiscais do governo e a Light, na negociação de cobrança de propina da empresa de energia.




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