O cantor norte-americano Garth Brooks tem lançado no Brasil esta semana o álbum Double live, (EMI, R$ 32), que, como sugere seu título original, é duplo e ao vivo. O disco foi um dos três que o músico country, hoje o mais bem-sucedido dos EUA, teve no topo das paradas norte-americanas em 1998. Os outros dois foram Sevens e The box set.  Ao todo, e ao longo de apenas dez anos de carreira, Brooks atingiu a marca de 95 milhoes de CDs vendidos. Seu sucesso é tanto que ele tem condiçoes de abrir o bolso para presentear fas com mimos bem caros: automóveis, aparelhos eletrônicos, viagens internacionais. Na turnê do ano passado, por exemplo, o comprador do milionésimo ingresso ganhou uma pequena fortuna em prêmios.  De certa forma, Double live é a representaçao musical desse enorme êxito - obtido, bem à la sonho americano, por um cara que, em 1989 (como dito no texto do encarte), tinha de ralar atrás de um lugar para tocar. Talvez por isso o disco traga uma foto do aviao particular de Brooks: o sucesso é a mais doce vingança.  As 25 faixas de Double live acabam funcionando como um resumo de uma música country contemporânea que agrada a rednecks racistas do mesmo modo que a senhoras que poem tortas para esfriar na janela. Ouvir isso no Brasil é, obviamente, uma idéia fora de lugar, mas pergunte a Chitaozinho & Xororó o que eles acham de Brooks.