Para governar São Paulo pelos próximos quatro anos, os 30,3 milhões de eleitores do Estado têm nove opções. Uma delas nasceu na região do Grande ABC: Anai Caproni, do nanico PCO. Também concorrem, com mais chances de vencer ou passar ao segundo turno, segundo as últimas pesquisas, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o senador Aloizio Mercadante (PT).

São Paulo pode ratificar amanhã a hegemonia do PSDB no Estado. Se Alckmin voltar ao Palácio dos Bandeirantes, onde já esteve de 2001 a 2006, o partido poderá chegar a 20 anos ininterruptos de governo. Desde a redemocratização, em 1986, não se tem notícia de uma outra legenda que tenha ficado tanto tempo no comando de uma unidade federativa.

E não se trata de um Estado qualquer. Com 645 municípios, São Paulo é o mais rico do Brasil. O orçamento previsto para 2010 é de R$ 215 bilhões, menor apenas do que o da União, estimado em quase R$ 2 trilhões.

O senador Aloizio Mercadante (PT), derrotado no pleito de quatro anos atrás, é o principal oponente de Alckmin. Escorado na popularidade do presidente Lula, o petista tenta colar no adversário a pecha de ineficiente. Para isso, aponta falhas na segurança pública, na educação e na alta tarifa dos pedágios paulistas.

Alckmin responde com estatísticas. Sobre violência, por exemplo, diz que os homicídios dolosos caíram 70% em 10 anos. Utilizando dados da Secretaria da Segurança Pública, assegura que, em 1999, eram assassinadas 35,27 pessoas a cada grupo de 100 mil, número que passou a 10,95 em 2009. Sobre os pedágios, alega que nove das dez melhores estradas do Brasil são paulistas.

Outros candidatos com alguma expressão, segundo as pesquisas, sonham em chegar ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo: o jornalista Celso Russomanno (PP), que se tornou famoso em quadros de defesa do consumidor exibidos em programas sensacionalistas, e o empresário Paulo Skaf (PSB), presidente licenciado do Sistema Fiesp/Ciesp.

Nome: Geraldo Alckmin
Partido: PSDB
Número: 45
Vice: Afif Domingos (DEM)
Coligação: Unidos Por São Paulo
Quem é: Nasceu em Pindamonhangaba (SP) em 1952. É médico e ex-governador de São Paulo, cargo que assumiu devido a morte de Mário Covas. Foi prefeito de Pindamonhangaba em 1976. Eleito deputado estadual em 1982 e constituinte em 1986. Fundou o PSDB e se elegeu deputado federal em 1989. Foi eleito vice-governador em 1994 e 1998 e governador em 2002. Perdeu as eleições para a Prefeitura de São Paulo em 2000 e 2008 e para a Presidência da República, em 2006.

Nome: Mercadante
Partido: PT
Número: 13
Vice: Prof.º Coca Ferraz (PDT)
Coligação: União Para Mudar
Quem é: Nasceu em Santos (SP) em 1954. É senador por São Paulo e formado em Economia. Foi eleito deputado federal pelo PT em 1990 e 1998 e concorreu a vice-presidente na chapa de Lula em 1994 e a vice-prefeito de São Paulo na de Luiza Erundina em 1996. Em 2002, foi eleito o senador mais votado da história do País e exerceu a liderança do governo. Foi derrotado no primeiro turno na eleição para o governo de São Paulo em 2006.

Nome: Celso Russomanno
Partido: PP
Número: 11
Vice: Silvio Seixas (PP)
Coligação: Em Defesa Do Cidadão
Quem é: Nasceu em São Paulo (SP) em 1956. É deputado federal, jornalista e formado em Direito. Ficou famoso como repórter do programa ‘Aqui, Agora!', do SBT, pioneiro nos noticiários sensacionalistas da televisão. Perdeu a eleição para prefeito de Santo André em 2002 e foi acusado de forjar documentos para fingir que morava na cidade. Foi eleito para a Câmara Federal pela primeira vez em 1994 e está no quarto mandato consecutivo.

Nome: Skaf
Partido: PSB
Número: 40
Vice: Dra. Marianne Pinotti (PSB)
Coligação: Preste Atenção São Paulo

Quem é: Nasceu em São Paulo (SP) em 1955. É empresário do ramo têxtil e da construção civil. É presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), cargo que assumiu em 2004. Foi um dos idealizadores da campanha pelo fim da CPMF em 2007. Nunca disputou eleição para cargos públicos.

Nome: Fabio Feldmann
Partido: PV
Número: 43
Vice: Rogério Menezes (PV)
Coligação: não tem

Quem é: Nasceu em São Paulo (SP) em 1955. É ambientalista, formado em Direito e Administração. Foi eleito deputado constituinte em 1986 e federal em 1990 e 1994, sempre pelo PSDB. Fundou a ONG SOS Mata Atlântica e criou o rodízio de carros em São Paulo em 1996, quando foi secretário de Meio Ambiente do governo Mário Covas. Não conseguiu se reeleger em 1998 e trocou o PSDB pelo PV em 2005.

Nome: Paulo Bufalo
Partido: Psol
Número: 50
Vice: Antonio Carlos da Cruz
Coligação: não tem

Quem é: Nasceu em Campinas (SP) em 1967. É professor da rede estadual, formado em Engenharia Mecânica e com mestrado em Educação. Filiado ao PT de 1992 a 2005, saiu do partido no escândalo do mensalão. Foi eleito vereador de Campinas em 2000 e 2004. Disputou a eleição para a Prefeitura da cidade em 2008, mas recebeu menos de 2% dos votos.

Nome: Anai Caproni
Partido: PCO
Número: 29
Vice: João André Dorta (PCO)
Coligação: não tem

Quem é: Nasceu em São Bernardo (SP) em 1966. É agente postal, integrante da coordenação da Associação de Trabalhadores dos Correios dos Correios e mulher do candidato do PCO à Presidência, Rui Costa Pimenta. Fundou o PCO em 1996. Foi candidata a vereadora de São Paulo em 2000, a governadora do estado em 2002 e 2006 e a prefeita da Capital em 2004 e 2008. Nunca se elegeu.

Nome: Igor Grabois
Partido: PCB
Número: 21
Vice: Wagner Farias
Coligação: não tem

Quem é: Nasceu no Rio de Janeiro (RJ) em 1966. É professor universitário e economista. Ainda criança, teve a família perseguida durante o Regime Militar. O avô, pai e tia desapareceram na Guerrilha do Araguaia (1972-1975), tentativa de derrubar a ditadura pela luta armada. Foi diretor do Centro Acadêmico de Economia da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). É a primeira vez que participa de uma eleição.

Nome: Mancha
Partido: PSTU
Número: 16
Vice: Dra Eliana Ferreira (PSTU)
Coligação: não tem

Quem é: Nasceu em Pitangueiras (SP) em 1955. É eletricista de manutenção da General Motors de São José dos Campos e dirigente sindical. Candidatou-se a prefeito de São José dos Campos em 2004 e senador em 2006, mas não foi eleito em nenhuma das vezes. Fez parte da Oposição Metalúrgica de São Paulo durante a ditadura militar e foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de SJC.