Os efeitos da rodada ruim para o Palmeiras fim de semana puderam ser sentidos ontem, no primeiro treinamento do líder do Brasileirão em Atibaia, no interior de São Paulo. Refugiado em um hotel de luxo, o time foi isolado ao máximo do contato da imprensa, sob ordens do técnico Muricy Ramalho, que fechou o treino com bola. Sob forte sol, os jornalistas puderam acompanhar somente as atividades físicas.

Fitas zebradas, esticadas por funcionários do Palmeiras, restringiram a circulação ao redor do campo e impediram o contato com os jogadores. "Isso não serve para nada", reconheceu um segurança do clube. "Mas eles mandam fazer. O Muricy não gosta de gente indo para lá e para cá."

Em seguida, alguns jogadores foram para a piscina. Muricy, que circulou pelo local, também proibiu fotos e filmagens. Tudo para evitar a superexposição que o clube vinha tendo desde que assumiu a liderança do campeonato, passou a favorito ao título e, então, iniciou a série de quatro jogos sem vitória.

A vantagem na liderança, que já foi de cinco pontos, caiu para apenas um e pode ser desfeita antes mesmo de o Palmeiras entrar novamente em campo. São Paulo e Inter, ambos com 52 pontos, se enfrentam amanhã e podem ultrapassar o Palmeiras, que tem 54 e só joga na quinta.

"Após o tropeço contra o Santo André (derrota de 2 a 0, na última quarta-feira), a gente já esperava esta aproximação (dos rivais)", admitiu o meia Diego Souza. "Mas, mesmo com tudo isso, continuamos na frente."

Para o jogador, superar os desfalques da equipe é um dos desafios de quem quer buscar o título - contra o Goiás, quatro titulares não jogam (Maurício Ramos, Pierre, Cleiton Xavier e Vágner Love). "É hora de mostrar que temos elenco, que a gente tem força de campeão", avisou.

O zagueiro Maurício Ramos e o volante Pierre, contundidos, já vinham sendo desfalque há algum tempo. O meia Cleiton Xavier, por sua vez, sofreu lesão na última rodada. E o atacante Vágner Love irá cumprir suspensão. Por isso tudo, Muricy exige concentração total e isolamento.