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Excesso de exercício afeta ciclo menstrual
Ana Macchi
Do Diário do Grande ABC
14/07/2001 | 17:30
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O desenvolvimento de osteoporose está entre os efeitos colaterais da prática excessiva de exercícios físicos competitivos em mulheres jovens, vítimas da TAF (Tríade da Atleta Feminina). O treinamento intenso, aliado a alimentação desregrada, pode provocar amenorréia (paralisação do ciclo menstrual por pelo menos três meses consecutivos) e, como conseqüência, a diminuição da densidade óssea.

A tríade pode causar graves problemas para o desenvolvimento atlético e para a saúde da mulher pois, com a fragilidade óssea, as fraturas podem ocorrer com maior facilidade. Como muitas atletas desconhecem o distúrbio, a amenorréia é ainda a forma mais fácil de identificá-lo, já que a interrupção do ciclo menstrual provoca a suspensão da produção do hormônio estrogênio que contribui para a fortificação dos ossos.

Um estudo do Departamento de Medicina da Família da Faculdade de Medicina da Universidade de Cincinnati, em Ohio, nos Estados Unidos, mostra que a amenorréia atinge 3,4% das atletas universitárias norte-americanas e 2% da população feminina em geral.

De acordo com o coordenador do núcleo de Medicina Esportiva do Hospital das Clínicas de São Paulo, Jacob Faintuch, mulheres com até 25 anos estão mais expostas ao problema, pois a maior densidade óssea se forma até essa idade. Ele afirma que o problema ósseo ocorre com maior intensidade em ginastas, bailarinas e atletas. “Se feito corretamente, o exercício é benéfico e consegue combater cólicas e amenizar a TPM (Tensão Pré-Menstrual). Ginástica tem limite, e o corpo demonstra isso com o cansaço. Quem não respeita as regras, só consegue obter o efeito contrário”, disse Faintuch.

No entanto, para as mulheres que praticam esportes por lazer, a prática de exercícios pode contribuir significamente para deixar os ossos mais resistentes. “A mulher que sabe fazer a dosagem exata e se alimenta corretamente não corre nenhum risco. É mais comum o malefício acontecer em mulheres obcecadas por esportes e que possuem anorexia nervosa, bulimia ou que tenham outro tipo de desordem alimentar. Nesses casos, reduzir a quantidade de exercícios e pedir ajuda a um psiquiatra é útil para resolver o problema”, afirmou Faintuch.




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