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Derrotado, Marinho refaz tática para 2018

Prefeito de S.Bernardo deixa de ser única opção do PT para governo do Estado e rivaliza com Haddad

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
17/10/2016 | 07:19
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Denis Maciel/DGABC


Os resultados da eleição do dia 2 modificaram o caminho do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), na busca de ser o candidato do partido ao governo do Estado em 2018. O petista, que apostava na manutenção de forças da legenda no Grande ABC, não só viu derrotas de seus correligionários – e até de seu candidato em São Bernardo, o ex-secretário Tarcisio Secoli – como teve de assistir ao renascimento partidário do prefeito da Capital, Fernando Haddad (PT), na reta final do primeiro turno.

Antes do pleito, Marinho esperava ser o único nome viável do petismo para a corrida eleitoral de 2018. Com dois mandatos de prefeito em São Bernardo, bons índices de avaliação de governo e proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marinho tinha em mente eleger ao menos três prefeitos na região – nos bastidores, ele nunca aceitou ajuda de dirigentes nacionais porque considerava que “mandava no Grande ABC”. Outro ponto do plano era revés acachapante de Haddad em São Paulo.

É verdade que Haddad perdeu no primeiro turno para o tucano João Doria, mas o crescimento nas últimas semanas da eleição e o ato pró-Haddad realizado na Avenida Paulista na semana passada – militantes pediram que o paulistano seja o candidato ao governo paulista em 2018 – alteraram o quadro interno. Além disso, Marinho observou Tarcisio Secoli sequer ir à etapa final do pleito em São Bernardo, acompanhou derrotas da sigla em São Caetano, Diadema (também não foi ao segundo turno), Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, e agora vê dificuldades na reeleição dos prefeitos petistas Carlos Grana, de Santo André, e Donisete Braga, de Mauá.

Um dos primeiros passos do chefe do Executivo são-bernardense para ganhar terreno partidariamente é apoiar a antecipação do PED (Processo de Eleição Direta) do PT. Há articulação para que a eleição interna, marcada para novembro de 2017, seja realizada entre fevereiro e março. Marinho, então, se lançaria como candidato à presidência nacional da sigla para ter mais tempo para impulsionar seu nome dentro da legenda e aproveitar o fato de Haddad não ter habilidade de costuras partidárias – em 2012, o então ministro da Educação só virou prefeiturável de São Paulo graças à imposição de Lula.

Dias depois da derrota de Tarcisio, Marinho reuniu seu núcleo de confiança e relatou que havia pressão no PT para que ele fosse o presidente nacional da sigla. Confidenciou também que era um dos nomes ventilados na alta cúpula do petismo para concorrer ao governo de São Paulo em 2018, ano em que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) terá de apostar em nome para manter hegemonia tucana no Estado. 




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