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Ambição é o elo do casamento entre Sérgio Vieira e Tigre
Dérek Bittencourt
Diário do Grande ABC
16/10/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 O São Bernardo apresentou nesta semana o técnico português Sérgio Vieira para comandar o time na temporada 2017, quando terá pela frente as disputas da elite do Paulista e o debute no Brasileiro da Série D. Aposta ousada da diretoria aurinegra que, desde quinta-feira, é oficialmente presidida por Thiago Ferreira, o luso chegou com discurso afinado com o dos mandatários do Tigre, que buscarão organização e planejamento, baseados em ambição.

“O que me levou realmente a aceitar o convite foi a forma como o São Bernardo fez o projeto para 2017. Está tudo bem organizado, tem detalhes importantes para cumprir os objetivos que temos, detalhes de tempo, identificação do mercado, condições de trabalho, relacionamento de área. Isso faz parte da gestão de um clube organizado. Independentemente de sua dimensão, porque existem grandes times que não têm a mesma organização de pequenos. E isso foi o que me chamou atenção”, afirmou Sérgio Vieira, 33 anos.

Natural de Póvoa de Lanhoso, cidade localizada ao Norte de Portugal (a cerca de 400 quilômetros da capital Lisboa), Vieira iniciou no futebol na adolescência, mas sem muito sucesso, em clubes portugueses das divisões inferiores. Aos 21 anos encerrou a carreira e decidiu dedicar-se aos estudos. Fez licenciatura específica em futebol, cursos da Uefa e trabalhou com diferentes técnicos, em clubes (Cartaxo, Condeixa, Naval, Acadêmica de Coimbra, Braga e Sporting) e participou de competições nacionais e internacionais, como a Liga dos Campeões e Liga Europa.

Em 2015, decidiu vir para o Brasil e, ao visitar o Atlético-PR, recebeu convite para ser coaching do clube. Não demorou a ocupar outros cargos e ir para a beirada do campo. Primeiro, no sub-23, depois, em parceria do Furacão com o Guaratinguetá, salvou a Garça do Vale do rebaixamento na Série C Nacional. Na sequência, assumiu interinamente a equipe paranaense no fim de 2015. Neste ano, comandou a Ferroviária no Paulistão em campanha que teve destaque inicial, quando venceu o Corinthians – recebendo elogios de Tite – e empatou com o Palmeiras. Já no Brasileirão, teve oportunidade no América-MG, mas não passou de 45 dias no Coelho (foram oito derrotas e duas vitórias). Agora, no Tigre, tem chance baseada no tempo.

Aliás, o próprio presidente Thiago Ferreira garantiu ao português solidez no cargo. “Não é um treinador que vem para ficar três meses e ir embora. Não são três derrotas que vão fazê-lo cair. Aqui sempre teve uma estabilidade e o Sérgio vem para projeto no qual a gente quer crescer no cenário nacional”, destacou o dirigente.

“Em um futebol instável como é o brasileiro, o fato de a gente conseguir planejar e organizar com tempo, conhecer as pessoas bem, ter identificação... Tudo isso me cativou. Quando a gente está em projeto unido, todos saem beneficiados. Gosto de ter postura ambiciosa e senti que a de quem dirige o clube é igual”, opinou o português.

Apesar de nos bastidores o comandante já estar trabalhando em conjunto com a diretoria em busca de reforços, o luso só iniciará as atividades de campo na primeira semana de dezembro. A partir daí, a torcida aurinegra pode esperar time que mantém a posse de bola e troca muitos passes. Características que podem se assimilar ao estilo empregado por Guardiola e Mourinho, mas que Sérgio Vieira quer tornar próprio.

“O objetivo de qualquer treinador é ter o trabalho caracterizado por ser o seu. Embora a gente por vezes sabe que tem esse aspecto da comparação, é inevitável, mas acima de tudo quero dar minha imagem, minhas ideias e forma de pensar em relação à nossa forma de jogar”, declarou o técnico, que tem bem definida a programação do Tigre. “Temos de seguir por hierarquia de prioridades: a primeira é escolher os jogadores e as pessoas certas para trabalhar. Depois, implementar nosso modelo de jogo, nossos objetivos e ir agregando o que acharmos importante para concluir os objetivos do clube, que é jogar bem, estar organizado e ganhar. De uma forma ou outra temos de conseguir isso.”

Sérgio Vieira será o terceiro treinador estrangeiro a trabalhar no Grande ABC em um passado não tão distante. Antes dele, passaram por aqui o argentino Filpo Núnez, que comandou Santo André e Saad (de São Caetano) e o uruguaio Sérgio Ramirez, outro que também esteve à frente do Ramalhão.




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