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Santo André tenta ficar longe do cemitério
Thiago Silva
Do Diário do Grande ABC
02/11/2010 | 09:17
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Dois de novembro, dia de Finados, pode virar data propícia ao Santo André, que enfrenta às 19h30 o ASA, no Estádio Bruno Daniel, pela 32ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Derrota em casa hoje ainda não leva o time para o cemitério, mas deixa o Ramalhão em estado grave, internado na UTI, à espera do milagre, agonizando até o último minuto.

Em penúltimo lugar na classificação, com 32 pontos - à frente do lanterna América-RN apenas no saldo de gols -, o Santo André está a seis pontos do Náutico, 16º colocado, posição-limite para se manter vivo na Segundona em 2011. Segundo o matemático Tristão Garcia, são apenas 6% de chances de escapar do rebaixamento à Série C.

"Em 2007 (também na Série B), tínhamos cinco jogos e precisávamos vencer quatro, e conseguimos. Hoje faltam seis partidas e temos de ganhar cinco. Se aconteceu uma vez, pode acontecer de novo", disse o esperançoso zagueiro Douglas, que retorna ao time após cumprir suspensão automática na derrota (4 a 1) para o América-MG.

Porém, em 2007, o técnico curandeiro foi Fahel Júnior, que passou pela sala de emergência do clube neste ano e não encontrou o remédio certo, assim como Sérgio Soares. Sobrou para Jair Picerni (foto), que divulgou seu boletim médico: a doença é psicológica.

"A equipe precisa passar a ter espírito vencedor. O time não está equilibrado. O emocional do elenco não está bom porque estamos cometendo muitos erros bobos", destacou o médico Picerni, que garante não realizar milagres. "Eu tenho meus métodos, mas não posso fazer em alguns dias o que não fizeram em...", completou.

E para tentar controlar o lado emocional da equipe, Picerni vai utilizar métodos não muito tradicionais em sua profissão. Ele vai escalar a equipe com três zagueiros, em casa, com Wendel - também volta ao time - podendo tornar-se volante durante o confronto. "Não gosto de jogar assim, mas é a necessidade de equilibrar os setores. Contra a Ponte deu certo, e espero que possa repetir", afirmou.

ADVERSÁRIO - Ainda sonhando com acesso à Série A, o ASA perdeu um dos seus principais jogadores hoje: o meia Ciel, liberado para resolver problemas pessoais. Já os zagueiros Ewerton e Jonas e o meia Marcio Carioca continuam fora - todos com problemas musculares.

A equipe de Arapiraca ocupa o oitavo lugar, com 45 pontos, dez a menos que o América-MG, último do G-4. "Será complicada a partida, mas vamos jogar para conquistar nosso objetivo", afirmou o técnico Vica.

 ‘Não me deram explicação', desabafa goleiro

Símbolo da campanha do vice-campeonato estadual deste ano, o goleiro Júlio César está chateado no Santo André. Após ficar fora do duelo contra a Ponte Preta - há duas rodadas - por suspensão, ele não voltou mais ao time.

"Fiquei chateado porque ninguém me deu explicação. Fui infeliz em duas partidas em que joguei mal e jogaram fora as outras 51 que fiz na temporada", lamentou o arqueiro, que não chegou a questionar o técnico Jair Picerni. "A partir do momento em que ele não conversa comigo, eu também não vou conversar. Mas ele já havia dito que não gosta muito de dar explicação", amenizou.

O goleiro também garantiu que não há problema algum com o atual titular da posição, Neneca. "Nós somos companheiros. Estarei torcendo por ele e espero que ele ajude o Santo André a sair desta posição. Também estou na torcida pelo Jair", destacou Júlio César.

O comandante confirmou que não gosta de ficar se explicando sobre mudanças na equipe. "Não me apego a dar satisfação, minha formação é assim. Mas acho que os dois goleiros são qualificados e o Júlio tem condição de voltar a ser titular", disse Picerni.

ENQUANTO ISSO - Personagem indireto na mágoa de Júlio César, Neneca, ao contrário do time, passa por boa fase, após início de ano turbulento. O jogador foi emprestado e não disputou o Campeonato Paulista pelo Ramalhão e, quando retornou, ficou na reserva. "É um momento diferente que vivo atualmente. Infelizmente, a equipe está em situação delicada, mas eu, pela fase que passo, estou feliz", afirmou Neneca.

Com Júlio César barrado, ele voltou a ser titular e defendeu dois pênaltis contra o América-MG, apesar de em ambos o gol do adversário ter saído no rebote. "Conversamos com o pessoal da defesa para ficar mais atenta a esses lances, que não podem mais acontecer", admitiu.

Para Neneca, o Santo André ainda está bastante vivo para escapar do rebaixamento. "Estamos confiantes e empenhados em superar todas as barreiras", garantiu.




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