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Descoberta em células de embrioes humanos pode revolucionar medicina
Do Diário do Grande ABC
05/02/1999 | 13:47
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O sinal verde dado pelo govenro de Bill Clinton à pesquisa sobre certas células extraídas de embrioes humanos abriu a porta para uma revoluçao científica que pode mudar o tratamento de muitas enfermidades, assim como voltar a traçar as fronteiras jéticas da pesquisa médica.

Anunciada há duas semanas por seu diretor, Harold Warmus, a decisao do Instituto Nacional da Saúde (INS) dos EUA afeta um dos setores mais prometedores da pesquisa médica: as células indiferenciadas, que podem produzir todas as variedades de tecidos humanos, da pele aos nervos, passando pelos músculos ou pela cartilagem.

Em novembro passado, duas equipes de biólogos norte-americanos anunciaram que haviam conseguido, finalmente, isolar as células ``boas para tudo' extraídas de embrioes e fetos mortos e multiplicá-las ao infinito em seu laboratório.

O potencial desta ``primícia' é enorme. Um enxerto destas células pode tornar realidade o sonho de encontrar um tratamento eficaz para enfermidades hoje consideradas incuráveis.

Mas este sonho se chocava com uma séria barreira jurídica, a lei votada em 1995 pelo Congresso que proíbe o Estado federal de financiar toda pesquisa com embrioes humanos.

Ante as promessas destas células, a proibiçao nao foi feita. Por ocasiao de uma reuniao do comitê consultivo de ética promovido por Clinton, o dr. Warmus anunciou que o INS financiaria, o mais breve possível, juma pesquisa sobre as célulias indiferenciadas.

``A possibilidade de desenvolver trabalhos interessantes neste campo é maravilhosa', justificou-se o ``chefe' do INS. E para fugir da lei, explicou que estas células nao podem ser consideradas como embrioes porque nao têm a capacidade de dar nascimento, por elas mesmas, a um ser humano.

Inclusive se Harold Warmus teve o cuidado de precisar que a cesta federal só alimentará os trablahos sobre as células em si mesmas e nao a coleta desse material em embrioes ou fetos mortos, suas palavras foram recebidas com um dilúvio de críticas. ``O governo de Clinton busca agora fazer indiretamente o que o Congresso o proibiu de fazer diretamente, financiar pesquisas onde se criam embrioes e depois se destroem', denunciou Richard Doerflinger, da Conferência de Bispos Católicos.

Ao contrário, a decisao do INS foi saudada com um suspiro de alívio dos cientistas. ``É maravilhoso', disse o kespecialista John Gearhart, da Universidade Johns Hopkins de Baltimore (Maryland). ``O dinheiro federal vai estimular nossos trabalhos e impor o tipo de controle público desejável', acrescentou.

Principalmente evitará deixar em maos particulares um setor tao prometedor, assinalam muitos especialistas em ética. Os trabalhos publicados até o dia de hoje sobre as células indiferenciadas foram financiados por uma única firma californiana particular, a Geron, que se apressou a patentear estas descobertas.




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