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Presidente do Banco Mundial se diz frustrado
Do Diário do Grande ABC
12/04/2000 | 16:04
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O presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, declarando-se frustrado com as críticas das ONGs às políticas da instituiçao, rebateu nesta quarta-feira as acusaçoes, afirmando que o banco está aberto a discutir "qualquer assunto com qualquer pessoa a qualquer hora".

"Justiça social é exatamente o que estamos fazendo", disse, colocando-se aberto à continuidade do diálogo com as ONGs, durante uma entrevista coletiva à imprensa.

Wolfensohn admitiu que o Banco Mundial nao pode ignorar a mensagem que vem das ruas: a de que as pessoas estao preocupadas com a estrutura (das decisoes das instituiçoes), com a globalizaçao da economia e com o futuro. "Mas dizer que o Banco Mundial está isolado da sociedade é mentira."

Segundo ele o Banco Mundial, sob sua presidência, colocou reformas em execuçao. "Nós estamos tentando fazer reformas por dentro. Hoje há um consenso de que nosso foco é o combate à pobreza", afirmou Wolfensohn. "A mudança nao pode ficar limitada a banco, precisa englobar também a sociedade", completou, conclamando uma participaçao maior do setor privado, empresas e ONGs.

Hoje há 3 bilhoes de pessoas ao redor do mundo vivendo com US$ 2 por dia, enquanto 1,2 bilhao sobrevive com US$ 1 a cada dia. Outro 1 bilhao de pessoas, que nao fazem parte daqueles que vivem em pobreza absoluta, tem US$ 7 ao dia.

Nos próximos 25 anos, a previsao do Banco Mundial é de que outras 2 bilhoes de pessoas estejam vivendo em condiçoes de pobreza extrema. A maioria delas está em países do Terceiro Mundo que já têm hoje 4,8 bilhoes de pobres. Na América Latina, 15% da populaçao vive na pobreza - a percentagem é estável nos últimos anos, o que é motivo de preocupaçao do banco, segundo Wolfensohn.

No momento, o Banco Mundial discute o perdao da dívida dos países mais pobres do mundo. Segundo ele, os 40 mais pobres devem US$ 200 bilhoes. Se essa dívida fosse totalmente perdoada, os países com débitos logo abaixo daqueles países também reivindicariam o perdao. O total da dívida dos países em desenvolvimento é de US$ 2 trilhoes.

Até o final deste ano, o Banco Mundial deve estar reduzindo 70% do total da dívida dos 20 países mais pobres. O cronograma está atrasado, mas Wolfensohn justificou a demora por ter envolvido os governos desses países na discussao. Eles precisam se comprometer de que essa folga de caixa implicará em investimentos em projetos sociais.




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