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Nova técnica evita efeito secundários de remédios
Do Diário do Grande ABC
06/06/2000 | 18:26
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Um grupo de cientistas desenvolveu uma técnica que evitaria os efeitos secundários de certos medicamentos em pessoas cuja composiçao genética os faz mais suscetíveis. A nova ciência, chamada 'farmacogenômica', permite efetuar provas simples de ADN para ajudar aos médicos a ajustar cada receita de acordo às suscetibilidades de cada organismo.

O doutor Raymond Woosley e seus colegas estao pondo à prova a nova técnica no Centro Médico da Universidade de Georgetown. Com uma pequena amostra de saliva se obtém uma mostra de ADN. A amostra é colocada diante de um diminuto artefato do tamanho de um selo postal, que contém um chip de computador capaz de detectar um sistema de enzimas irregular chamado 'p450', o qual determina a capacidade de cada indivíduo de metabolizar distintos medicamentos.

As provas de 'p450' têm sido tao completas de êxitos que Woosley acaba de lançar um registro internacional, vigiado pelas autoridades sanitárias dos Estados Unidos, a fim de investigar outras variaçoes genéticas que fazem cada pessoa mais ou menos suscetível a medicamentos comuns.

Inclusive, algumas empresas estao dispostas a começar a oferecer, possivelmente no ano que vem, as primeiras provas farmacogenômicas diretamente aos consumidores. Assim, em vez de ter que ir a um médico, a pessoa enviaria mostras de saliva a um laboratório para averiguar se alguém é suscetível a certos remédios, disse Josh Baker, presidente da PPGx Inc., uma das empresas envolvidas. As empresas entao enviaram os resultados ao médico.

"É muito claro como funciona este conceito", disse Woosley, que é farmacólogo e cardiólogo. As novas investigaçoes para averiguar quem é suscetível a que medicamento sao "das coisas mais emocionantes que já vi em minha vida".

"Nao é uma prova genética qualquer. Nao detecta mutaçoes genéticas causadoras de patologias. Em troca, detecta sutis variaçoes genéticas chamadas polimorfismos, que indicam as reaçoes individuais a certas medicinas", explicou Woosley.

Como exemplo, está a 'p450', o tipo de enzima processadora de medicamentos mais conhecido. Certas pessoas carecem de certas enzimas desse tipo, o qual faz com que certos remédios subam a níveis tóxicos em seus organismos. Outras pessoas têm enzimas 'p450' demasiado potentes, que processam remédios demasiadamente rápido para combater enfermidades.




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