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Câmara cede à pressão e adia revogação de área
Cynthia Tavares
Especial para o Diário
28/09/2011 | 07:15
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Tiago Silva/DGABC


A empresa vencedora da licitação para construção de um shopping center na área da antiga rodoviária pressionou, os vereadores de Ribeirão Pires cederam e o projeto de lei que revoga a atividade de loja no local foi adiado ontem por cinco sessões.

A Soto Empreendimentos e Participações venceu o certame mas foi inabilitada pela Prefeitura por não apresentar certidão de débitos. Para assegurar direito de realizar o trabalho, a companhia entrou com pedido de liminar e a Justiça aceitou. A segunda colocada na licitação, FIG Construtora, recorreu da decisão, o que encaminhou processo para o Tribunal de Justiça.

A Soto enviou ontem aos vereadores documento solicitando que a revogação não fosse apreciada, por conta do imbróglio jurídico. O texto assinado pela advogada da empresa, Karen Vanucci, pede que o projeto de lei não seja votado enquanto a situação não for resolvida. Estima-se que na segunda instância o veredicto saia em sete meses. “A Câmara seria atrelada ao processo, caso votássemos algo que está sub judice”, justificou o presidente do Legislativo, Gerson Constantino (PV).

A concorrência para construção do shopping foi anulada por decreto do prefeito Clóvis Volpi (PV) publicado dia 10. Entretanto, enquanto a Câmara não avalizar a revogação que consta no projeto de lei, nada poderá ser construído no local, porque a legislação que fora aprovada anteriormente pelos parlamentares é clara ao citar a construção de um shopping. “A documentação veio em cima da hora, por isso precisamos analisar melhor”, disse o líder do governo, Antônio Muraki (PTB).

A pedido do vereador Saulo Benevides (sem partido), a Câmara enviará ofício convidando Karen para prestar esclarecimentos. A audiência será terça-feira às 15h.

 

Projeto do shopping prevê 153 lojas e três salas de cinema

A Soto Empreendimentos e Participações enviou ao Legislativo a planta do shopping que pretende construir, caso a Justiça a declare vencedora da licitação. Serão 153 lojas divididas em dois andares, três salas de cinema e praça de alimentação para mais de 200 pessoas.

O projeto é além do que foi imaginado inicialmente pelo prefeito Clóvis Volpi. O chefe do Executivo desejava 50 lojas, além da praça de alimentação e duas salas de cinema. A empresa arcaria com todo custo da obra e a Prefeitura ficaria com porcentagem do arrecadado com aluguéis. Agora, porém, Volpi quer construir um mercadão no local.

A intenção da empresa convenceu os vereadores. “Deveríamos deixar o lado político, porque todos sabemos que o prefeito quer inaugurar antes da eleição. A obra é interessante e de grande valia para cidade. Poderíamos insistir no shopping”, disse Saulo Benevides (sem partido).

O vereador José Vicente de Abreu, o Vicentinho (PR), avalia que o conjunto de lojas é questão de necessidade. “As pessoas evitam sair de Ribeirão por causa do trânsito e as opções de lazer estão em Mauá”, analisou.




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