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Aumenta pressão para renúncia do presidente libanês
Da AFP
21/10/2005 | 12:41
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As pressões para renúncia do presidente libanês, Emile Lahoud, ganharam força nesta sexta-feira, após a divulgação do relatório da comissão de investigação da ONU sobre o assassinato do ex-premiê Rafic Hariri. Mas o chefe de Estado libanês anunciou que não pensa em deixar o cargo.

Dois deputados da maioria parlamentar, Elias Atallah e Gebrane Tueni, pediram a renúncia de Lahoud, que imediatamente reiterou a recusa em abandonar o poder e desmentiu estar envolvido no assassinato de Hariri. "O chefe de Estado prosseguirá cumprindo suas funções nesta fase crítica que atravessa o Líbano", anunciou um comunicado da Presidência da República.

Apesar da garantia de Lahoud, outros líderes libaneses compartilharam o pedido de Atallah e Tueni "O relatório da comissão da ONU é prejudicial para o presidente Lahoud e seus principais colaboradores. Ele deve aceitar as conseqüências e renunciar", declarou Atallah.

O deputado pediu à população que se manifeste diante do túmulo de Rafic Hariri, e peça justiça.

No relatório entregue ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, o juiz alemão Detlev Mehlis, que dirige a comissão, afirma que "existem provas convergentes que demonstram o envolvimento libanês e sírio no ato terrorista".

De acordo com o texto, uma das pessoas que a comissão Mehlis identificou como suspeita, Mahmud Abdel Aal, "ligou para o telefone celular do presidente libanês Emile Lahoud às 12h47, alguns minutos antes da explosão que custou a vida de Hariri".

Além disso, o relatório confirmou o envolvimento no crime de quatro generais libaneses pró-sírios, colaboradores próximos de Lahoud que estão presos há dois meses por recomendação da comissão da ONU.

Um dos potenciais candidatos à presidência libanesa, o ex-deputado Nassib Lahoud, afirmou que o informe "deveria fortalecer a determinação dos libaneses para obter a renúncia do presidente Lahoud".

O líder opositor cristão Michel Aoun, candidato declarado à Presidência da República, declarou-se contrário à saída do chefe Estado por causa da pressão da maioria parlamentar e da opinião pública. Segunde  ele a renúncia deve ser objeto de "consenso nacional".

A prorrogação do mandato de Lahoud à frente do Estado libanês, em setembro 2004, foi a origem da grave crise entre Hariri e Damasco. Lahoud havia sido imposto pelos sírios que influenciavam os destinos da política libanesa através de uma emenda constitucional votada pelo Parlamento, também dominado pelos aliados da Síria.




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