A creche Espaço Solidário 3, fechada desde dezembro de 2014, preocupa moradores da Rua Flórida, no bairro Canhema, em Diadema. O local, que antes atendia cerca de 120 crianças, está abandonado há quase dois anos. A promessa da Prefeitura era de que o espaço, cedido ao município pela associação de moradores do bairro, seria utilizado para outra finalidade, o que não aconteceu até o momento. Além de trazer insegurança às famílias do local, o prédio, alvo de depredação, também atrai usuários de drogas, conforme os moradores.

Em visita ao local na tarde de ontem, a equipe do Diário constatou que o espaço está abandonado. Os portões que dão acesso ao prédio ficam destrancados, o que permite a entrada de vândalos. A aposentada Francisca da Silva, 66 anos, conta que o clima é de insegurança. “A gente tem medo de que invadam e façam mal para a gente aqui da rua”, afirmou.

Segundo o mecânico industrial Paulo da Paz, 57, o espaço só não foi tomado por invasores porque a própria comunidade é que está cuidando do local. “Já teve casos de usuários de drogas que invadiram a creche. Todo mundo está reclamando e quer uma providência imediata”, denunciou.

Na época do fechamento, a Prefeitura justificou o encerramento da unidade por conta da baixa demanda de alunos na área, o que é negado pelos próprios moradores da rua. Um abaixo-assinado foi feito para evitar que a creche fechasse. A cidade tem atualmente cerca de 4.000 pequenos em fila de espera por creche. “Em apenas um dia conseguiram mais de 100 assinaturas de famílias que precisavam de vaga”, disse.

Já a autônoma Elaine dos Santos, 41, diz que a promessa da Secretaria de Educação era abrir escola com cursos profissionalizantes no local. “Por enquanto, nada. Aqui virou passagem de pedestre mesmo”, contou. Ela destaca que os alunos que utilizavam a creche foram deslocados para a Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Perseu Abramo, que fica a dez minutos da Rua Flórida. No entanto, Elaine também conta que não há vagas no novo local. “Minha inquilina só conseguiu matricular o neto através de ordem judicial.”

A Prefeitura de Diadema informou que o espaço será utilizado para o projeto Escola Social, com cursos e oficinas para a comunidade e que o local está sendo adequado e estruturado.