Política Titulo
Delegado acusado na CPI continua desaparecido
Do Diário do Grande ABC
19/03/2000 | 18:40
Compartilhar notícia


Dos 15 policiais civis paranaenses que tiveram prisao temporária decretada pela Justiça no início do mês em razao das acusaçoes de participar do esquema de narcotráfico, apenas um nao foi detido: o ex-delegado-geral Joao Ricardo Keppes de Noronha. Na sexta-feira à noite, o investigador Mauro Canutto apresentou-se ao delegado da Divisao de Investigaçoes Criminais (DIC), Clóvis Galvao, e está detido em uma das celas da Delegacia de Furtos de Veículos, em Curitiba juntamente com outros 12 detidos. O policial Paulo Serafim, que também tinha se apresentado, já foi liberado, por nao ter sido reconhecido pelas testemunhas que o acusaram.

Os policiais estao sendo acusados de pertencer a quadrilhas responsáveis pelo crime organizado no Paraná, com envolvimento no narcotráfico, desmanches de veículos, roubos de cargas e até seqüestro de crianças. As denúncias foram feitas por testemunhas ouvidas pelos membros da CPI do Narcotráfico, durante a passagem por Curitiba. A maioria dos policiais citados apresentou-se espontaneamente ao delegado da DIC. Apenas o policial Homero Andretta Baggio precisou ser preso em uma casa no Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

Mauro Canutto foi denunciado como chefe de uma das principais quadrilhas de demanche de veículos em Curitiba. Ao ser afastado das funçoes pelo governador Jaime Lerner, tao logo teve o nome citado na CPI, Canutto estava trabalhando na Delegacia de Homicídios. Antes, ele já tinha atuado na Divisao de Segurança e Informaçoes, sob o comando de Noronha, e na Delegacia de Estelionato. Canutto deve ser um dos principais acusados a serem ouvidos pela CPI em Brasília.

O advogado de Noronha, Luiz Alberto Machado, entrou há mais de uma semana com pedido de revogaçao da prisao temporária do ex-delegado-geral. Ele alega que nao há provas que sustentem a prisao, visto que a decretaçao baseou-se em acusaçoes de testemunhas presas, algumas delas pelo próprio delegado acusado. Machado também argumenta que nao há garantias de segurança de vida, caso Noronha seja preso. O pedido pode ser apreciado esta semana pelo Tribunal de Alçada do Paraná.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;