"A companhia estava proibida de entrar no espaço aéreo suíço desde outubro de 2002, por causa de relevantes infrações às normas internacionais", revelou a porta-voz da Agência Federal de Aviação Civil (Ofac), Celestine Perissinotto. "Durante uma inspeção surpresa a um de seus Boeings no Aeroporto de Zurique foram encontradas falhas importantes referentes às normas de certificação da companhia".
A Flash Airlines possui dois Boeings 737-300 de 1993. Na madrugada de sábado, um destes aviões, com 148 pessoas a bordo (133 turistas franceses), caiu na costa egípcia, matando todos a bordo.
O avião, que pousou no balneário egípcio de Sharm el Sheik à 1h30 (23h30 em Brasília), procedente de Veneza (Itália), levantou vôo uma hora depois com destino a Paris (França). A aeronave ainda tinha prevista uma escala no Cairo antes de seguir para o seu destino final.
Perissinotto não especificou se a inspeção surpresa tinha sido feita no avião que sofreu o acidente no sábado e nem a natureza exata da falha encontrada na aeronave, ou seja, se estava ligada à segurança, aos instrumentos de vôo, à formação dos pilotos ou aos planos de vôo. A porta-voz se limitou a dizer que se tratavam de infrações internacionais mínimas, nas quais se baseiam as leis suíças.
As autoridades egípcias, que possuem a tutela da companhia, registrada no país do norte da África, e a Flash Airlines receberam os resultados do controle, assim como os membros do programa europeu Safa, que avalia a segurança das aeronaves estrangeiras e tem 33 nações afiliadas — inclusive todos os membros da União Européia.
"O relatório era claro e dizia que enquanto as falhas não fossem corrigidas, a companhia não estaria autorizada a operar na Suíça. O que significa a impossibilidade de aterrissar ou sobrevoar o território do país europeu", explicou a porta-voz.
Desde que entrou em vigor a proibição, em outubro de 2002, a Flash Airlines nunca pediu a revisão da norma. Apesar da proibição, um avião da Flash Airlines que viajava de Roma a Paris foi autorizado a fazer um pouso de emergência no dia 4 de janeiro de 2003 em Genebra, de acordo com informações do porta-voz do aeroporto da cidade, Philippe Roy.
Após o incidente, que segundo Roy se deveu a avarias na aeronave, a Ofac pediu explicações à Flash Airlines. A resposta da empresa foi considerada insuficiente. Além desde caso, no dia 27 de outubro de 2002 um avião da Flash Airlines foi obrigado a fazer uma escala de emergência em Atenas (Grécia). Autoridades locais não explicaram o motivo da manobra.
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