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Empresa aérea egípcia estava proibida de operar na Suíça
Da AFP
04/01/2004 | 21:42
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A companhia aérea egípcia Flash Airlines, proprietária do Boeing que caiu no Mar Vermelho no sábado, matando 148 pessoas, não estava autorizada a operar na Suíça desde outubro de 2002, ano que marcou o primeiro de dois pousos de emergência da empresa motivados por falhas técnicas.

"A companhia estava proibida de entrar no espaço aéreo suíço desde outubro de 2002, por causa de relevantes infrações às normas internacionais", revelou a porta-voz da Agência Federal de Aviação Civil (Ofac), Celestine Perissinotto. "Durante uma inspeção surpresa a um de seus Boeings no Aeroporto de Zurique foram encontradas falhas importantes referentes às normas de certificação da companhia".

A Flash Airlines possui dois Boeings 737-300 de 1993. Na madrugada de sábado, um destes aviões, com 148 pessoas a bordo (133 turistas franceses), caiu na costa egípcia, matando todos a bordo.

O avião, que pousou no balneário egípcio de Sharm el Sheik à 1h30 (23h30 em Brasília), procedente de Veneza (Itália), levantou vôo uma hora depois com destino a Paris (França). A aeronave ainda tinha prevista uma escala no Cairo antes de seguir para o seu destino final.

Perissinotto não especificou se a inspeção surpresa tinha sido feita no avião que sofreu o acidente no sábado e nem a natureza exata da falha encontrada na aeronave, ou seja, se estava ligada à segurança, aos instrumentos de vôo, à formação dos pilotos ou aos planos de vôo. A porta-voz se limitou a dizer que se tratavam de infrações internacionais mínimas, nas quais se baseiam as leis suíças.

As autoridades egípcias, que possuem a tutela da companhia, registrada no país do norte da África, e a Flash Airlines receberam os resultados do controle, assim como os membros do programa europeu Safa, que avalia a segurança das aeronaves estrangeiras e tem 33 nações afiliadas — inclusive todos os membros da União Européia.

"O relatório era claro e dizia que enquanto as falhas não fossem corrigidas, a companhia não estaria autorizada a operar na Suíça. O que significa a impossibilidade de aterrissar ou sobrevoar o território do país europeu", explicou a porta-voz.

Desde que entrou em vigor a proibição, em outubro de 2002, a Flash Airlines nunca pediu a revisão da norma. Apesar da proibição, um avião da Flash Airlines que viajava de Roma a Paris foi autorizado a fazer um pouso de emergência no dia 4 de janeiro de 2003 em Genebra, de acordo com informações do porta-voz do aeroporto da cidade, Philippe Roy.

Após o incidente, que segundo Roy se deveu a avarias na aeronave, a Ofac pediu explicações à Flash Airlines. A resposta da empresa foi considerada insuficiente. Além desde caso, no dia 27 de outubro de 2002 um avião da Flash Airlines foi obrigado a fazer uma escala de emergência em Atenas (Grécia). Autoridades locais não explicaram o motivo da manobra.




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