Israel decidiu nesta sexta-feira não atender ao apelo do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, dando continuidade a sua ofensiva contra o grupo radical islâmico Hamas, que já fez 785 vítimas fatais do lado palestino, após 14 dias de bombardeios e combates.
Dez militares israelenses e três civis foram mortos em combate ou atingidos por foguetes palestinos no mesmo período.
Os ataques da Força Aérea e da artilharia israelense prosseguiam nesta sexta, matando pelo menos 25 pessoas, enquanto militantes do Hamas dispararam 30 foguetes da Faixa de Gaza contra o sul de Israel, onde uma pessoa ficou ferida. Segundo testemunhas, o exército israelense também prendeu cerca de 300 palestinos no norte de Gaza.
Pelo menos quatro foguetes palestinos Grad atingiram a cidade israelense de Beersheva, a cerca de 40 quilômetros de Gaza.
Em reunião presidida pelo primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, em Tel Aviv, o gabinete de segurança, que conta com 12 ministros, decidiu não interromper a guerra no território palestino.
"O Estado de Israel tem o direito de defender seus cidadãos. Com este fim, o exército continuará atuando para alcançar o objetivo de sua operação, que é mudar a situação da segurança no sul de Israel", indicou o gabinete em um comunicado. "As operações prosseguirão também para impedir o contrabando de armas na Faixa de Gaza", acrescenta a nota, destacando que "as organizações terroristas continuaram a disparar foguetes contra as cidades israelenses" nesta sexta-feira.
A pressão internacional aumentou sobre os dois lados após a aprovação, durante a noite, de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, determinando "um cessar-fogo imediato e duradouro" que leve à "retirada total" das tropas israelenses de Gaza.
Catorze dos 15 membros do Conselho votaram a favor do texto. Principal aliado de Israel, os Estados Unidos se abstiveram da votação, mas não vetaram a resolução, aprovada após exaustivas discussões entre líderes árabes e ocidentais.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, cujo poder se limitou à Cisjordânia depois que o Hamas tomou o poder na Faixa de Gaza, disse que a resolução da ONU foi um "passo importante", e que a aplicação do texto é vital.
"Os disparos de mísseis desta manhã contra os cidadãos do sul apenas provam que a resolução da ONU não é prática e não será respeitada pelas organizações terroristas palestinas", afirmou Ehud Olmert, justificando a decisão de seu governo de não seguir a orientação das Nações Unidas.
A violência em Gaza fez com que a UNRWA, principal agência humanitária da ONU atuando na região, interrompesse todas as atividades, em meio a expectativas de que a empobrecida população de 1,5 milhão de pessoas comece a passar fome em breve.
"A necessidade em Gaza é calamitosa", afirmou uma porta-voz da UNRWA em Rafah, principal passagem egípcia para Gaza, por onde grande parte da ajuda humanitária tem chegado ao território palestino desde o início do conflito.
Os Estados Unidos expressaram sua preocupação, mas culparam o Hamas pela crise. "É uma crise humanitária. É uma zona de guerra. E zonas de guerra são muito difíceis", declarou o porta-voz da Casa Branca Scott Stanzel. "Mas, repito, infelizmente este é um problema causado pelo Hamas", acrescentou.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.