A série de problemas enfrentados nos últimos anos pela Bombril, que tem unidade fabril em São Bernardo e cujo nome tornou-se sinônimo de lã de aço para limpeza, pode ter como desfecho sua volta para os antigos donos, a família Sampaio Ferreira. Ronaldo Sampaio Ferreira Filho, neto do empresário Roberto Sampaio Ferreira, que fundou a companhia em 1948, afirma que há grandes chances de a família dar um lance pela Bombril.

A oferta, não revelada, poderá chegar a R$ 600 milhões. É um valor próximo dos mais de US$ 200 milhões referentes à dívida, juros e despesas com advogados que o italiano Sergio Cragnotti, por conta da compra da participação de 33,4% que Ronaldo Sampaio Ferreira detinha na Bombril, deixou de pagar ao empresário brasileiro.

O leilão da empresa vem sendo formatado em segredo pela Justiça. Com data ainda a definir, obedecerá a trâmites semelhantes aos das privatizações. Ou seja, os interessados na aquisição de 38% do capital total, correspondentes a 100% das ações ordinárias (o controle da Bombril), deverão entregar suas propostas em envelopes fechados.

'Após a abertura dos envelopes, ganhará a proposta mais alta, sem repique', explica Antonio Augusto Coelho, advogado de Ronaldo. O empresário afirma que o interesse da família pelos ativos não tem apenas apelo comercial. 'Queremos retomar a Bombril também por questões emocionais.'