Ele salientou que somente no primeiro trimestre do ano de 2000, foi registrado um crescimento de 23% de pedidos de financiamento para projetos. Francisco Gros entende que só uma decisao política poderá mudar esta sua posiçao. Ele lembrou que se o Conselho Nacional de Desestatizaçao (CND) decidir sobre o assunto, só se terá que respeitá-la. "Será uma decisao de governo, sem dúvida alguma", afirmou.

O presidente do BNDES disse ainda que o total de recursos para alocar os projetos chega a R$ 20 bilhoes, mas "temos necessidade de R$ 32 bilhoes". Segundo ele, o BNDES poderá ampliar o seu caixa vendendo participaçoes em empresas. Ele citou o exemplo do lançamento de ADRs da Votorantim de Celulose e Papel em Nova York.

"Fizemos recentemente a venda de participaçoes que detínhamos na Light e na Eletropaulo. Vamos fazer mais ainda este ano, gerando mais caixa para atender as necessidades de financiamento de projetos".

Gros está otimista com a economia do país, pois entende que ela está mais forte e que está havendo um crescimento efetivo. "O exemplo que dei é bem um retrato da situaçao, um aumento de 23% nos pedidos de recursos para projetos logo no primeiro trimestre do ano sobre igual período do ano passado. Sao projetos que levarao médio prazo para serem executados, pelo menos oito meses de discussao, aprovaçao e detalhamento final, para se iniciar uma obra. Sao projetos que poderao levar de dois a três anos para estarem completados".

Gros disse ainda que hoje a inadimplência dos empresários em relaçao aos pagamentos ao BNDES é muito baixa. "É uma inadimplência que chega a 3%. Isto é que nos permite girar mais recursos para novos financiamentos".