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Marinho quer repassar verba a ONG inexistente
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
12/12/2009 | 08:48
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O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), pretende repassar R$ 420 mil para ONG que nem atua na cidade. O projeto de lei que autoriza a concessão do subsídio tramita na Câmara e recebe críticas da oposição. A matéria também não é consenso na própria base governista.

Segundo a propositura, o Instituto Ação e Reação Nove de Julho, com sede na Capital Paulista, receberia R$ 400 mil de subvenção e R$ 20 mil de auxílio. Com a verba, a entidade promoveria atividades socioeducativas, culturais e de lazer em horário diferente ao das aulas dos estudantes de 7 a 17 anos da cidade.

Uma filial da ONG estaria aberta em São Bernardo desde agosto, na Rua Piracicaba, 61, Rudge Ramos. A reportagem esteve na sexta-feira à tarde no local para saber quais serviços são prestados atualmente.

O vistoso imóvel estava fechado, com diversos jornais espalhados no portão e no quintal, indicativo de que há algum tempo ninguém frequenta o local. Vizinhos da casa confirmaram que não há movimento na residência há mais de um ano.

Outro fato notório é que a suposta instituição está localizada em bairro de classe média, mas a justificativa do chefe do Executivo na mensagem que acompanha o projeto é que o repasse dos recursos visa atender "famílias com baixa renda e residentes de regiões e bairros com pouca infraestrutura e com poucos equipamentos disponíveis".

"Temos de verificar o que de fato ocorre nesse local e quem está por trás disso", observou o líder da oposição Ary de Oliveira (PSB). "Tem muita coisa mal explicada nesse caso", salientou Antônio Paris Cabrera (PSB).

O líder do governo na Casa, Tião Mateus (PT), confirmou que não há consenso na base aliada. "Vamos discutir mais esse projeto. É uma entidade nova e não sabemos quais os serviços são promovidos", frisou o petista. "Os próprios governistas vão postergar a matéria. Não há entendimento entre eles", completou o vereador oposicionista Pastor Ivanildo de Santana (PSB).

A matéria estará na pauta da sessão extraordinária de segunda-feira, mas não deve ser apreciada. A análise da polêmica propositura deve ficar para ano que vem. A Prefeitura foi procurada para comentar sobre os critérios de escolha do Instituto Ação e Reação Nove de Julho, mas não deu retorno.




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