A letra foi aprovada pelos ex-moradores do edifício, que estiveram na festa. O desabamento do Palace 2, da Construtora Sersan Engenharia, do ex-deputado Sérgio Naya, provocou a morte de oito pessoas e deixou 176 famílias desabrigadas. "O samba é mais uma forma de fazer com que essa tragédia, que nao é só nossa, mas de toda sociedade brasileira, nao caia no esquecimento", afirmou Rauliete Barbosa Guedes, presidente da Associaçao das Vítimas do Palace 2.
A idéia de fazer um samba que lembrasse a história do desabamento surgiu por acaso. Há uma semana o advogado Armando Barros, que representa algumas vítimas na área cível, encontrou com Joao Nogueira na Avenida Nilo Peçanha, no Centro. "Lembrei que um grupo de ex-moradores do Palace queria fazer um samba contando a tragédia, entao aproveitei a situaçao para falar com Joao", contou.
O cantor gostou da idéia e a levou à diretoria do Clube do Samba, que já havia escolhido o tema de 99 - a moratória do governador de Minas Gerais, Itamar Franco. Aprovada a proposta, Nogueira tratou de fazer o refrao: "Naya safado/homicídio é coisa feia/Dura Lex, Sed lex/seu lugar é na cadeia."
Na segunda-feira os outros compositores se reuniram no restaurante Alcazar para finalizar a letra. A maior preocupaçao do grupo era evitar que o samba nao ficasse com um ar piegas ou que pudesse ofender as vítimas do Palace 2. "Mexer com isso é muito delicado, mas acho que o samba saiu na medida certa", afirmou Moacyr Luz, um dos compositores.
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