A reunião foi realizada no isolado centro de conferências de Wye River Plantation, na Baía de Chesapeake, Estado de Maryland, para discutir os pontos polêmicos da proposta de integração econômica do continente. Participaram do encontro ministros de seis países da América do Sul, dois da América Central, três da América do Norte e três do Caribe.

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, dirigiu uma "exaustiva discussão" sobre o processo de transição, os ajustes macroeconômicos e as necessidades de impulsionar a competitividade e a produtividade nos países que entrarem para a Alca, disse um funcionário americano.

"O encontro serviu para a troca de opiniões, mas não chegamos a nenhum acordo, nem resolução", enfatizou a fonte.

Dos 14 países, há os que esperam a Alca para janeiro de 2005 e os que pedem um prazo maior, como é o caso do Brasil. Do outro lado, por exemplo, estão México e Canadá, que já têm livre acesso ao mercado americano para a maioria de seus produtos, graças ao Tratado de Livre Comércio da América do Norte (TLCAN).

O chanceler brasileiro, Celso Amorim, disse que considerava necessário "reduzir as ambições" do projeto da Alca, para que ele possa ser concluído no prazo fixado, e sugeriu deixar os assuntos mais difíceis para serem negociados na Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Os Estados Unidos, por sua vez, argumentam que a questão dos subsídios agrícolas também deve ser resolvida na OMC, por causa da presença indispensável, neste caso, da União Européia e do Japão.

Os países que participaram do encontro em Wye River Plantation foram Brasil, Estados Unidos, Canadá, México, El Salvador, Panamá, Jamaica, Trinidad e Tobago, República Dominicana, Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Uruguai.

A próxima e penúltima reunião ministerial para a negociação da Alca está marcada para novembro, em Miami, com a participação de 34 países, quando o prazo para o acordo poderá ser adiado. A última está programada para junho de 2004, no Brasil, que divide com os Estados Unidos a presidência da última etapa da negociação.