Internacional Titulo
Bush elogia Japão e Taiwan, mas irrita China
Da AFP
16/11/2005 | 10:17
Compartilhar notícia


O presidente americano, George W. Bush, aproveitou nesta quarta-feira a visita ao Japão, primeira etapa de seu giro pela Ásia, para pedir à China que se democratize e dialogue com Taiwan, em um discurso que lhe valeu a advertência de Pequim contra qualquer "ingerência".

Bush dividiu a Ásia em três categorias de países, em um discurso para empresários japoneses antes de viajar para Pusan, no litoral da Coréia do Norte, onde desembarcou para assistir à reunião de cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) na próxima sexta-feira e sábado.

Para o presidente americano, essas categorias são: as democracias como Japão, Coréia do Sul e Taiwan, os países que "deram alguns passos para a liberdade, mas ainda não chegaram ao fim da viagem" (China), e os regimes totalitários (Mianmar e Coréia do Norte).

Bush elogiou Taiwan, que, afirmou, "conduz seu povo à prosperidade e cria uma sociedade chinesa livre e democrática", e fez um chamado ao diálogo: "Os Estados Unidos vão continuar destacando a necessidade de diálogo entre China e Taiwan, para conseguir uma solução pacífica de suas diferenças."

O presidente americano lembrou que, para Washington, existe apenas "uma única China", e lançou uma advertência contra "qualquer tentativa unilateral de mudar o status quo de uma ou outra parte".

O apoio a Taiwan não impediu que as autoridades comunistas de Pequim protestassem imediatamente, algo que acontece regularmente quando os Estados Unidos se pronunciam em favor da ilha separatista que a China considera parte de seu território. "Taiwan faz parte da China; uma parte inseparável da China, e Pequim não tolera interferência alguma em seus assuntos internos", assinalou o ministro chinês das Relações Exteriores, Li Zhaoxing.

Bush também fez um chamado ao regime chinês para que se democratize, ao mesmo tempo em que considerou inseparáveis o progresso nos direitos humanos e a liberdade religiosa dos avanços econômicos. "O povo chinês quer mais liberdade para se expressar, para rezar sem o controle do Estado e para imprimir bíblias e outros textos sagrados sem temer uma punição", afirmou, destacando que, "em resposta aos direitos legítimos de seus cidadãos à liberdade e abertura, as autoridades chinesas podem ajudar seu país a se tornar uma nação moderna, próspera e segura de si mesma".

Do ponto de vista econômico, Bush fez um chamado a Pequim para deixar o mercado decidir a taxa de câmbio do iuane em relação ao dólar, e para lutar contra a pirataria.

O presidente americano aproveitou a visita ao Japão para se reunir com o primeiro-ministro Junichiro Koizumi e fazer um discurso elogiando o aliado japonês. Nesse contexto, classificou a aliança sino-americana de "pilar da estabilidade e segurança na região", no momento em que as autoridades de Tóquio são acusadas de nacionalismo pelos vizinhos chineses e coreanos.

As acusações surgiram após a visita recente de Koizumi ao santuário nacionalista de Yasukuni, local dedicado aos veteranos de guerra japoneses, entre os quais estão sete criminosos de guerra condenados pelos aliados depois de 1945.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;