Molina apresentou a denúncia em resposta às acusações que resultaram em sua demissão por justa causa. A reitoria informa que ele foi demitido por irregularidades administrativas. Molina teria usado verba pública para comprar bebida alcóolica, caviar e uma passagem aérea para a Europa com o dinheiro da instituição.
No final da tarde desta quarta, o reitor divulgou uma nota rebatendo as acusações do ex-funcionário. Ele nega ter elaborado laudos com interesses políticos e considera as denúncias como meras conclusões de Molina. A nota não comenta a denúncia de que o trabalho para identificação das ossadas de Perus foi proibido.
Segundo o perito, o trabalho, que revelaria supostas irregularidades nas perícias feitas pelo médico legista Badan Palhares — que fez os primeiros exames nas ossadas —, foi suspenso em 1999. As ossadas foram transferidas no final do ano passado para o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo.
O perito disse ainda que seu laudo sobre o massacre de Eldorado de Carajás também provocou reações da reitoria. No documento, o perito concluiu que os trabalhadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) foram atingidos pelas costas por armas de grosso calibre. Isso contraria o primeiro laudo emitido pela Unicamp e assinado por Badan Palhares.
Além disso, ele também cita o caso da morte do empresário Paulo César Farias, o PC, e sua namorada, Suzana Marcolino. Molina disse que sua versão contraria a de Palhares, de que Suzana assassinou PC e, em seguida, cometeu suicídio. O perito diz que a trajetória da bala não é compatível com a altura de Suzana.
Segundo a nota da reitoria, cada trabalho feito pela perícia da instituição é analisado pela Comissão de Supervisão de perícias, que é composta por três docentes e um procurador da Universidade. O reitor ainda diz que o perito foi demitido segundo uma indicação da Comissão Processante Permanente (CPP), que apurou denúncias de irregularidades envolvendo o docente.
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