Política Titulo Estratégia
Bonome atrai financiadores de Aidan
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
05/03/2012 | 07:18
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Aliados em âmbito nacional, PT e PMDB demonstram interesse em vincular parcerias em cidades-chave. Em alguns municípios, porém, o acordo sucederá em campanhas separadas com discursos de renovação. Em Santo André, a adesão não caminha para vingar diretamente, só que a candidatura do ex-secretário de Gabinete Nilson Bonome ao Paço pelo PMDB satisfaz as pretensões petistas. A principal razão é que o peemedebista desfalca financiadores de campanha do prefeito Aidan Ravin (PTB).

Empresário, até então residente em Mauá, o peemedebista engajou-se na campanha de Aidan em 2008, contribuindo, de forma incisiva, no segundo turno com a estrutura de candidatura vitoriosa do ex-vereador. Ao ingressar na administração com status de homem-forte, ele fazia toda a interlocução para atrair investimento na cidade e a chegada de novos empreendimentos. Diante disso, aproximou-se ainda mais dos incentivadores de campanha.

A empreitada solo do PMDB, no meio político, é encarada como parte de articulação nacional para contribuir com a campanha do PT, encabeçada pelo deputado estadual Carlos Grana. Para desdobrar a união firmada entre Dilma Rousseff e Michel Temer em Brasília, mesmo sem que seja abertamente, a estratégia local, realizada pelo afilhado político do ex-presidente Lula e prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), passa por atravessar eventuais puxadores de recursos do governo no pleito.

O alinhamento de Lula e Temer combina esforços para atrair aliados. A retomada do Paço de Santo André, que o PT já governou por 16 anos, está colocada entre as prioridades do diretório nacional. Prova disso pôde ser constatada pela articulação pessoal do ex-presidente para a escolha interna de seu pupilo Grana como pré-candidato, evitando possível reedição de racha com a formação de prévia partidária. Petistas, entretanto, rechaçam interceder pela candidatura própria peemedebista.

O professor Rui Tavares Maluf, da Fundação Escola de Sociologia e Política, analisa que, em função do Grande ABC não possuir propaganda eleitoral na TV, a "dinâmica do processo fica bem diferente". Por conta disso, segundo ele, o suporte financeiro "ajuda bastante", mas o peso dos candidatos é que dá o norte da campanha. "O eleitor leva muito em conta o lado pessoal. O PMDB tem marca forte. Dependendo como se faz o acordo, se fica caracterizado de forma negativa, a estratégia sai pela culatra."

Para o cientista político, quando os adversários não conseguem disseminar a tática para a seara contraproducente, o esquema tende a dar alcançar êxito. "Essa estratégia (de duas candidaturas, mesmo que afinada nos bastidores), no passado, já funcionou, inclusive, usada em plano federal. É relativo."




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