Enquanto em São Bernardo as obras de um quarto das vias propostas já estão em andamento, em Santo André o plano de recapeamento está muito aquém: não existe uma lista de ruas que devem receber melhorias, e muito menos um cronograma. O investimento a ser feito, diz a administração, não será divulgado "porque durante a obra pode ser necessária uma readequação dos recursos". O que se sabe é que o plano de recape chegará a 60 quilômetros até o fim do ano.

Os papéis, segundo dados da Sosp (Secretaria de Obras e Serviços Públicos), ainda estão nas mãos do prefeito Aidan Ravin (PTB), que deve apreciar a documentação, assinar e liberar a verba.

No momento, os trabalhos estão concentrados na Avenida Lino Jardim, na Vila Bastos. As ruas seguintes, seriam mais um trecho da Saracanta, no Jardim Guarará, e a Rua Correia Sampaio, na Vila Tibiriçá.

Na manhã de ontem, a equipe do Diário esteve nas duas ruas e constatou que a Correia Sampaio, juntamente com a Afonso Arinos, são as únicas da região que ainda são de paralelepípedo. "Acho que é porque não tem nenhum vereador ou deputado que more aqui", arriscou Gilberto Dias, 46 anos, nascido e criado na mesma casa.

Vaumerindo Cunegundes, 53, é dono do Bar do Bira há 29 anos e a favor do asfalto. "Já vi muita coisa aqui: mulher que passa de sapato, escorrega e cai, senhora de idade que tropeça", contou. "Quando chove, para subir de carro aqui é uma dificuldade. Acho que com asfalto melhora."

Já a Saracanta, rua comercial do Jardim Guarará, estava com asfalto novo. Moradores da região garantem que há menos de dois meses a rua foi recapeada. Na parte da tarde, ainda confusa, a administração informou que o trecho da Saracanta a ser recapeado seria o pedaço entre as rua Sagres e Ciprestes, a parte mais deserta da via. Uma das travessas, a Rua Miguel Alves Viana, é toda remendada. "Minha tia já caiu quatro vezes aqui", disse a secretária Roberta Veloso.

Ainda na região, a Travessa das Flores tem asfalto em situação precária e buracos abertos pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Há três semanas, a umidade tem embolorado as paredes de Vera Lúcia dos Santos, que já perdeu um armário. "Não sabemos mais a quem recorrer."