O PSDB deu neste domingo a primeira arrancada para a candidatura do vice-governador de Sao Paulo, Geraldo Alckmin, à prefeitura da capital. Segundo a Polícia Militar, a convençao municipal do partido reuniu cerca de 20 mil pessoas no estacionamento da Assembléia Legislativa (30 mil segundo os organizadores). De acordo com o diretório do partido, a festa custou R$ 100 mil.

O evento contou com a presença de tucanos célebres, como o governador Mário Covas, o ministro da Saúde, José Serra, e o ministro da Educaçao, Paulo Renato de Souza. Outros políticos do partido subiram ao palanque para tentar levantar a candidatura de Alckmin, que está apenas em quinto lugar nas pesquisas de opiniao.

Em entrevista coletiva após discursar no palanque, Alckmin admitiu que atualmente poucas pessoas o reconhecem na cidade. "Posso andar livremente por todo lugar", brincou. Mas ele pretende utilizar os seis minutos do horário do programa eleitoral de TV para tornar-se mais conhecido do eleitorado. "A campanha realmente só começa agora" , declarou.

Alckmin afirmou que o PSDB vai obter o apoio oficial do PTB na convençao deste partido, no dia 25. A coligaçao tucana, segundo ele, deverá ser formada pelos partidos PTB, PSD, PRT, PAN e Partido Verde (PV). Com o acordo dos partidos, o tempo no horário político de Alckmin só será menor do que o do PMDB e PFL.

O candidato do PSDB afirmou que vai deixar o cargo de vice-governador para dedicar-se somente à campanha. "Mas nao vai ser agora, vai ser mais para a frente", explicou. A lei nao exige a desincompatibilizaçao do cargo.

Alckmin declarou que seu vice-prefeito será do PTB, mas o nome ainda nao está definido. Ele negou que a troca política do cargo do candidato a vice-prefeito de Sao Paulo envolva a escolha de um nome do PTB para uma secretaria ou algum ministério do governo federal.

"Amigo" - O ministro José Serra afirmou, um pouco antes de discursar no palanque, que Alckmin é "um velho amigo" seu e do presidente Fernando Henrique Cardoso. O ministro declarou que houve "total consenso" do partido em relaçao à escolha de Alckmin, que presidiu o diretório do PSDB duas vezes.

Ele admitiu ser possível uma manifestaçao pública de FHC a favor de Alckmin. "Como o presidente é eleitor em Sao Paulo, é possível que ele participe de alguma forma, assim como eu, que também voto aqui", afirmou Serra, acrescentando que Fernando Henrique deve se manter afastado das eleiçoes municipais das outras cidades.

"Barbada" - O governador Mário Covas, que ficou ao lado de Alckmin durante a entrevista coletiva realizada após o discurso do candidato na convençao, declarou que o vice-governador será eleito prefeito de Sao Paulo. "Vai ganhar de barbada", afirmou.

Covas lembrou que, durante sua própria campanha, estava em quarto lugar nas pesquisas quatro meses antes da eleiçao, caso semelhante ao de Alckmin agora. "As pesquisas atuais indicam quem a populaçao conhece, e nao quem prefere" , declarou o governador.

No palanque, Covas afirmou que a escolha do candidato do PSDB permitirá um trabalho em conjunto do governo estadual e da prefeitura. Ele também declarou que Alckmin - casado e com dois filhos - tem uma família "exemplar", numa crítica velada ao atual prefeito Celso Pitta e sua ex-mulher Nicéa.

Segurança - Alckmin declarou que, se eleito, pretende ampliar as bases comunitárias da Polícia Militar de forma a melhorar a atuaçao da PM contra a violência. Alckmin também planeja aumentar o número de câmeras da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para usá-las tanto no trânsito quanto no combate ao roubo de veículos.

Ele declarou que revisará os contratos das obras que já estao sendo tocadas pela Prefeitura, inclusive do fura-fila, mas nao pretende paralisar os trabalhos iniciados. "Nós nao vamos deixar esqueletos de concreto na cidade", prometeu. Ele declarou que nao teme a falta de apoio político na Câmara. "O Executivo sempre tem um peso político grande".