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Frigoríficos protestam contra barreira da aftosa
Do Diário do Grande ABC
02/03/2000 | 15:45
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Cerca de 350 empregados de frigoríficos e transportadores de gado da regiao de Presidente Prudente, interditaram nesta quinta-feira das 9h às l1h a ponte Maurício Joppert da Silva, sobre o Rio Paraná, em Presidente Epitácio, para protestar contra o bloqueio imposto pelo Ministério da Agricultura, de transporte de bovinos procedentes de Mato Grosso do Sul para Sao Paulo. Durante a manifestaçao foram distribuídas 12 toneladas de carne para a populaçao carente daquele município.

O protesto, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentaçao de Presidente Prudente Carlúcio Gomes Rocha, que organizou a manifestaçao, foi motivado pela onda de demissoes que atingiu os frigoríficos da regiao, a partir de 2 de janeiro, quando entraram em vigor das medidas restritivas de transporte de animais procedentes de Mato Grosso do Sul. A proibiçao, que impede o transporte de animais vivos ou abatidos com ossos objetiva isolar o foco de febre aftosa constatado naquele estado. Apenas a carne desossada tem trânsito autorizado.

Rocha explicou que quatro frigoríficos já fecharam na regiao, demitindo 2.100 trabalhadores e que os três únicos que estao funcionando, ameaçam encerrar suas atividades a qualquer momento e dispensar mais duas mil pessoas. Além dos empregados de frigoríficos, centenas de caminhoneiros, que vivem do transporte de gado em pé, também estao impedidos de trabalhar.

A crise do setor foi confirmada pelo gerente do Prudenfrigo de Presidente Prudente, José Antônio Marques, que também participou do protesto. Segundo ele, o abate mensal de dez mil animais já caiu pela metade e poderá ser totalmente suspenso, caso nao sejam tomadas medidas para permitir o transporte de animais.

O pior problema para os frigoríficos, segundo ele, é que com a interdiçao imposta, o preço do boi gordo caiu muito em Mato Grosso do Sul, beneficiando alguns frigoríficos daquele estado, que estao equipados para a desossa e que desta forma conseguem colocar a carne em Sao Paulo a preços muito baixos. "Enquanto pagamos em média R$37,50 a arroba de gado em pé existente no Estado, os frigoríficos de Mato Grosso do Sul estao colocando a carne desossada em Sao Paulo, por até R$ 30,00 a arroba", disse.

A soluçao para o problema, segundo o presidente do Sindicato dos Empregados nas Indústrias de Alimentaçao, está na implantaçao de barreiras sanitárias e na instituiçao do sistema de quarentena para controle dos bovinos procedentes de MS. Há também denúncias de que alguns frigoríficos estao conseguindo burlar a fiscalizaçao e transportar carne com osso para território paulista, mas esta informaçao nao foi confirmada por Rocha.




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