Tradicionalmente, a família do atual presidente sempre disputa as eleições de São Bernardo, cidade onde Lula mora há mais de 30 anos — após residir em São Paulo, Guarujá, Santos e Caetés, no agreste pernambucano, onde nasceu.
Nas eleições de 1996, sua filha Lurian foi candidata a vereadora, mas ficou como primeira suplente. Em 2000, foi a vez do irmão de Lula Genival Inácio da Silva, pai de Edison. Mas ele também ficou fora da Câmara.
A cunhada Teresa Otília nasceu no bairro dos Casa e mudou-se para o bairro Assunção, ambos em São Bernardo. É por este bairro que ela pretende se eleger. Edison nasceu no Ipiranga, mesmo lugar onde o presidente morou, e se mudou para a vila Paulicéia em 1974. “Me lanço candidato por este bairro”, disse o sobrinho do presidente.
Os dois parentes de Lula saem pela primeira vez como candidatos, mas não são novos no meio político. Depois de trabalhar como babá em São Paulo e ser funcionária da Ducora, Teresa foi metalúrgica na Volkswagem. Foi no mesmo movimento sindical que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderou que ela conheceu o ex-prefeito Maurício Soares (como ela, também militante do PT na época). Em 1988, ela saiu do PT acusando a legenda de perseguição. “Se era parente (do Lula) não podia ser candidato a nada. Fui para a Prefeitura. Lá eu tinha mais chance de trabalhar na área social e ajudar os outros e depois, se quisesse, ser candidata”, disse.
Na Prefeitura, Teresa estreitou o relacionamento com Maurício Soares e depois com o prefeito William Dib. “Trabalhei muito para o Dib e para o Maurício”, disse.
Ferramenteiro formado, Edison trabalhou como coordenador de projetos na Confederação Nacional dos Metalúrgicos, participou de comissões de fábrica e concorreu a uma eleição sindical em 1989, a qual perdeu. Depois, trabalhou como gerente na Central de Trabalho e Renda, em Santo André, e há quase um ano é assessor no Ceagesp, em São Paulo. Sempre foi filiado ao PT.
Para Edison, ser parente de Lula ajudará sua campanha. “É inevitável que as pessoas façam comparações. A hora aconteceu de ser esta. Acho que é o momento propício e é lógico que a imagem ajuda, mas não pretendo explorar muito esta imagem (de parente de Lula). O parente sou eu, mas não é só por aí que a coisa funciona”, disse.
Para Teresa Otília, o fato de estar ao lado do adversário do candidato do partido do presidente Lula não vai gerar constrangimento. “Eu não sou contra o meu cunhado, sou contra algumas regras do PT, que é um pouco radical.”
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