Pelo 15º mês consecutivo o preço do pãozinho francês tem deixado o café da manhã dos paulistas menos saboroso. Em janeiro, o reajuste acumulado nas padarias chegou a 10,40%, fazendo com que os consumidores desembolsassem em média R$ 7,32 pelo quilo do produto.
Na composição do IPV (Índice de Preços no Varejo) da Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) os derivados do trigo têm sido responsáveis por pressionar o indicador nos últimos meses.
"Quebras na safra na Rússia e China diminuíram a quantidade de produto disponível no mercado internacional. Por isso, a tendência é que o preço do pão continue oscilando até março", pondera a assessora econômica Julia Ximenes.
Nas prateleiras dos estabelecimentos nota-se ainda que os itens panificados acumulam alta de 11,46% nos últimos 15 meses. Apenas em janeiro, o pãozinho ficou 0,55% mais caro e demais itens fabricados com trigo, 0,47%. Outro produto vendido nas padarias, as bebidas alcoólicas também ficaram com preços 1,55% maiores, atribuídos à época sazonal do verão.
PRODUÇÃO - Para a economista da Fecomercio-SP, mesmo com variações positivas, o preço do pão francês e seus derivados está subindo moderadamente. Este comportamento também é atribuído ao fato de o País não produzir trigo de qualidade para atender a demanda interna.
"No ano passado, como o estoque de trigo estava grande, foi preciso fazer leilão do produto, vendendo-o a preços muito inferiores aos praticados normalmente. Em alguns casos, parte da produção foi até destinada para virar ração animal."
De acordo com a Sipan (Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Santo André), a alta média no preço do pãozinho na região chegou a 10% no ano passado, variando entre R$ 6,50 e R$ 7 o valor do quilo.
Os moinhos brasileiros compram mais insumos da Argentina, Estados Unidos, Canadá e Uruguai, aponta a entidade.
Brasileiro consome mais leite e queijo em 2010
A elevação na renda do brasileiro possibilitou às famílias aumentar o consumo de leite e seus derivados no ano passado. Estudo da Associação Leite Brasil aponta que a média per capita foi de 161 litros, aumento de 4,4% na comparação com 2009.
De acordo com a entidade, nos últimos 30 anos, houve elevação de 60% na compra desses produtos. Na década de 1980, o brasileiro ingeria em média 100 litros de leite e derivados como iogurte, requeijão, e queijos muçarela e prato por ano.
Mesmo com este avanço, o País continua na 65ª posição entre as nações que mais consomem a bebida, totalizando 161 litros, segundo ranking da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura),
O campeão no ingestão de produtos lácteos é a Finlândia, com 361 litros, seguido pela Suécia (356), Holanda (320) e Suíça (316). Para o presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, a melhoria na qualidade da produção, a diversificação de derivados e o aumento no fornecimento impulsionam o consumo do item entre os brasileiros.
"A produção interna representa 97% do mercado local. Há mercado para crescer e a ausência de políticas específicas e engajamento do setor dificultam o desenvolvimento e o estímulo ao consumo", observa o executivo da Leite Brasil.
O Ministério da Saúde recomenda que o indivíduo faça ingestão de três porções de lácteos diárias, ou seja, no mínimo 200 litros anuais. A média do brasileiro continua com deficit de 25%.
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