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Prost quer Fórmula 1 movida a álcool
Kati Dias
Do Diário do Grande ABC
14/02/2007 | 22:57
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Um carro de Fórmula 1 movido a álcool? O ex-piloto Alain Prost tem tentado convencer a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) a adotar o combustível na categoria ainda em 2008. Para o tetracampeão mundial, a F-1 é um exemplo a ser seguido e por isso deveria pensar em combustíveis alternativos. O engenheiro Eduardo Polati, que faz parte da Comissão de Pesquisa de Combustíveis Alternativos da FIA, não acredita que a gasolina deixe de ser a principal fonte de energia na Fórmula 1. “Não creio que a FIA vai radicalizar. A mistura de etanol e metanol (tipos de álcool) já é utilizada desde a década de 80. No regulamento de 2008 será aumentada a porcentagem desses agentes biológicos (etanol e metanol) para 6%”, explicou o engenheiro, que também comanda o Núcleo de Pesquisa de Combustíveis Lubrificantes da FEI (Fundação Educacional Inaciana), de São Bernardo.

Segundo Polati, a utilização da mistura de etanol e metanol na gasolina melhora a performance do carro. Já a utilização apenas do etanol não trará nenhuma compensação tecnológica. “O carro ganha mais potência (aumento no consumo de energia), mas perde em performance (a velocidade final fica menor). Além disso, a categoria poderia perder um dos maiores patrocinadores, as empresas petrolíferas”, explicou o engenheiro, ao lembrar que elas são as principais responsáveis pela pesquisa e desenvolvimento de novos compostos. “Com a implantação do etanol, haveria a evasão de suporte tecnológico e não é o que a FIA quer”, complementou.

Polati revelou que, além do etanol, a entidade estuda outras alternativas como a adoção de motores híbridos (composto por uma parte elétrica e outra que utiliza qualquer tipo de combustível). “Esta discussão está mais avançada do que a troca da gasolina pelo etanol”, disse o engenheiro.

Propaganda - Prost não está pensando apenas na diminuição do efeito estufa quando fala sobre a adoção do álcool na Fórmula 1. A propaganda do uso de outras fontes de energia à gasolina faz parte de seu trabalho. O ex-piloto é presidente do Grupo Flex-Fuel, que promove combustíveis alternativos. Ele esteve quarta-feira em Lisboa (Portugal) e falou o uso de carros com etanol produzido na Europa. Aos portugueses, o tetracampeão mundial de Fórmula 1 falou do exemplo da França. De acordo com Prost, o país terá 600 postos com álcool e 20 mil carros com dois combustíveis até o final deste ano. Para 2007, a previsão é de 1,8 mil postos e pelo menos 200 mil carros.

O ex-piloto lembrou que o etanol para automóveis feito no Brasil é muito mais barato do que o produzido na Europa. “É certo que o ideal para fazer o álcool combustível é a cana-de-açúcar. Nós não temos este vegetal na Europa e o Brasil está melhor colocado para isso. Temos taxas de importação e assim podemos ser muito competitivos com a beterraba”, disse. (Com Agências)



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