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Obra polêmica da gestão do Prefeito Luiz Marinho (PT), o Museu do Trabalho e do Trabalhador, de São Bernardo, projeto orçado em R$ 18 milhões, mas que irá consumir R$ 21,6 milhões, é motivo de problemas desde 2013, quando foi protocolada denúncia junto ao MPF (Ministério Público Federal), apontando série de irregularidades no contrato.
Idealizado por Marinho, o empreendimento foi projetado para enaltecer período de lutas sindicais das décadas de 1970 e 1980, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhou repercussão nacional, liderando greves em São Bernardo e na região.
Em novembro de 2014 os trabalhos forma paralisados, retomando somente em junho desde ano, conforme anunciado pelo Diário. A atual administração garante que a entrega do museu está reagendada para dezembro.
O Diário OnLine repercutiu com os candidatos ao Paço de São Bernardo para saber o rumo que pretendem dar à caríssima obra, que tem recursos empenhados do governo federal.
O pleiteante do PSDB Orlando Morando ressalta que a obra é mais uma da gestão do PT (Partido dos Trabalhadores) que foi parada. “Já são mais de R$ 1,3 milhão do nosso dinheiro público desperdiçado, são obras abandonadas e que impactam negativamente no visual de São Bernardo e também nos cofres públicos. Nós vamos transformar aquele lugar em uma Fábrica de Cultura, dando oportunidades para as pessoas fazerem aulas de música, de teatro, de dança, entre outras atividades”, detalha Morando.
O candidato Aldo Santos, do Psol, destaca a importância do espaço para a preservação da memória individual e coletiva da sociedade. “Os museus , assim como as bibliotecas são muito importantes na transmissão e preservação de conteúdos e na evolução da humanidade. Hoje dispomos de tecnologias e ferramentas que serão também usadas com e para esta finalidade.Vamos rever o custo, a pertinência, o alcance dessa pretensão e o movimento cultural e educacional da cidade dará a palavra final sobre o mesmo. Vamos também fazer uma auditoria pública sobre os custos e a origem das verbas para o mesmo.”
Tarcísio Secoli, do PT, explica que, caso assuma a Prefeitura, o Museu do Trabalho e do Trabalhador será nos moldes do Museu da Língua Portuguesa, moderno, interativo, utilizando audiovisuais, diversos tipos de acervos históricos e cenográficos, fotografias e games em 3D. “Com o enfoque nas lutas e vivências dos trabalhadores, vai abordar do período colonial à chegada na Rodovia Anchieta ao Grande ABC; as principais indústrias da região do princípio do século XX até o presente (olaria, têxtil, moveleiros, metalúrgica, automobilística e indústria química); as relações dos trabalhadores com a comunidade e cultura; e as lutas e conquistas da escravidão à Constituição.”
O candidato salienta ainda que a construção do museu próximo ao Paço Municipal tem objetivo de não apenas valorizar o centro, com oferecimento de cultura e lazer, mas criar um espaço para que a juventude possa conhecer de sua cidade, que se confunde com a das lutas dos trabalhadores.
O candidato do PSTU Cesar Raya considera que o projeto é de extrema importância política para a classe operária da cidade, visto que é parte da memória histórica da região e do papel político que ela exerceu sobre a história recente do nosso País. “Sobretudo na conquista de direitos trabalhistas, sindicais e na redemocratização do Brasil. Entretanto, consideramos que essa história não deve ser mistificada na figura do PT e de Lula, uma vez que outras organizações políticas também são parte dessa história. Consideramos que é um projeto que busque preservar a memória de luta da classe trabalhadora, não pode ser objeto de transferência de verbas dos cofres públicos, para o enriquecimento de construtoras e empreiteiras. Nesse sentido, não reivindicamos o projeto do Museu do Trabalhador nos moldes que está sendo desenvolvido pelas gestões petistas”, protesta Raya.
Tunico Vieira (PMDB) adianta que caso seja eleito, analisará o projeto e tomará as medidas que se fizerem necessárias. “A obra será concluída, porém será alterado o destino do equipamento, transformando-o em estrutura pública mais adequada e funcional ao cidadão.”
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