Setecidades Titulo Ribeirão Pires
Previsto para ser entregue ontem, teleférico segue com obras paradas

Projeto de Ribeirão Pires ainda está embargado
pela Cetesb; prefeitura diz que não recebeu repasse

Yara Ferraz
15/09/2016 | 07:07
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Nario Barbosa/DGABC


Prevista inicialmente para ser concluída ontem, a obra do teleférico de Ribeirão Pires segue com dificuldades para ser efetivada. Embargada no início do ano pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), por falta de liberação ambiental, a construção do empreendimento está há pelo menos quatro meses com suas intervenções paralisadas. Para agravar a situação, o Paço sequer possui previsão de quando os trabalhos serão retomados.

Ontem, a equipe do Diário esteve em dois pontos que abrigarão o futuro teleférico e constatou o sinal de abandono nos canteiros das obras. No antigo espaço do Parque Milton Marinho de Moraes, os campos de futebol, que antes eram diversão para moradores, atualmente estão cobertos pela vegetação. Após demolir a antiga entrada da área verde e também um posto da Defesa Civil que ficava no parque, o Paço só efetivou até o momento a colocação de pilastras no local.

“Esse parque vivia lotado. Minha infância toda foi nesse campo. Hoje minha filha de 2 anos sequer pode entrar lá. Virou um ponto morto. Teria sido bem melhor se a Prefeitura tivesse deixado o parque como antes ao invés de começar uma obra que não vai para frente”, lamenta o vigilante Henrique Fernando da Silva, 31 anos.

O ritmo moroso das obras também pode ser visto no Complexo Ayrton Senna. Sem nenhum trabalhador no local, a área também abriga uma série de entulhos. As intervenções de fundação sequer foram concluídas. “Acho que eles deveriam investir em outras obras ao invés de fazer algo que não saí do papel”, relata o engenheiro químico Roberto Nascimento Ferreira, 39.

Avaliada em R$ 25 milhões, sendo R$ 11 milhões do Ministério do Turismo e o restante do Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias) do governo do Estado, a construção do teleférico era uma da principais promessas do prefeito Saulo Benevides (PMDB). No entanto, tornou-se em um grande calcanhar de Aquiles para a atual gestão.

O chefe de Executivo chegou a negar no início deste mês, durante sabatina realizada pelo Diário, que a obra esteja embargada. No entanto, a Cetesb negou a informação.

Segundo o órgão, a Prefeitura de Ribeirão Pires “não protocolou, até o momento, nova solicitação de intervenção em APRM-B (Área de Proteção e Recuperação de Mananciais da Bacia Hidrográfica do Reservatório Billings), alvará e supressão de vegetação nativa, para a implantação do teleférico”. A Cetesb ainda destacou que o antigo requerimento que pedia autorização para execução das obras “foi arquivado por falta de informação e documentos”.

Durante a sabatina, Benevides também atribuiu o atraso das obras a falta de repasse do governo federal. Entretanto, a União destacou que “os pagamentos são realizados proporcionalmente ao nível de execução do projeto”.

Procurada pelo Diário, o Paço informou que aguarda o repasse das demais parcelas para continuidade das obras, que são efetuados de acordo com a medição do que já foi realizado. Até o momento, o governo estadual repassou R$ 416,2 mil para aquisição de equipamentos e R$ 902 mil para a construção do Portal de Entrada da Fábrica de Chocolate, localizada no Pavilhão de Exposições do município.

Já o governo federal, segundo a Prefeitura, ainda não realizou nenhum repasse de verbas para execução das obras. 




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