Duas semanas após iniciar os trabalhos, a comissão provisória responsável por acompanhar as obras de reforma no prédio da Câmara de São Bernardo solicitou à mesa diretora documentos relativos à medição da intervenção, do processo de licitação e dos pagamentos efetuados até o momento.
O presidente do grupo, Marcelo Lima (PPS), aponta que há dúvida relativa ao processo de licitação da obra. "O valor do projeto base não condiz com o valor da obra", aponta o popular-socialista. O parlamentar observa também que não há fiscalização. "Até onde sabemos, ninguém faz esse trabalho", alega.
Com base na análise inicial da documentação, a comissão encaminhou ofício ao presidente da Casa, Hiroyuki Minami (PSDB), pedindo resposta aos questionamentos. Mas, segundo Marcelo Lima, ainda não houve resposta.
O presidente da comissão pretende concluir a análise da documentação o mais rápido possível. "Não é tarefa fácil. São cinco volumes com 1.000 folhas cada um", justifica.
Logo que anunciou o projeto de reformar o prédio legislativo, Minami apresentou orçamento inicial de R$ 36 milhões. Com a abertura da licitação para contratar a empresa responsável pelo serviço, a construtora Cronacon, de São Paulo, venceu o certame, apresentando proposta de R$ 28,4 milhões. A previsão é que o novo prédio do Legislativo seja entregue em outubro.
A iniciativa para acompanhar as obras na sede do Legislativo partiu da bancada de situação, que desde o início critica à reforma do prédio da Câmara.
Por meio de requerimento do vereador Fabio Landi (PSD), os governistas tentaram emplacar uma comissão provisória para acompanhar a intervenção.
Mas, para que a matéria fosse apreciada em plenário, eram necessárias 11 assinaturas. E nas duas sessões em que os governistas tentaram a manobra, conseguiram apenas dez rubricas, correspondentes ao número de governistas na Casa.
Para acabar com o impasse, Minami nomeou Marcelo Lima, que preside a comissão permanente de fiscalização de contratos e convênios para encabeçar a fiscalização da obra. Completam o grupo os vereadores Ary de Oliveira (PSB) e Admir Ferro (PSDB).
Procurado, Minami não retornou aos contatos da equipe do Diário.
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