Política Titulo Editorial
O dragão se amansa
Do Diário do Grande ABC
10/09/2016 | 08:19
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Aline Pietri/DGABC


Depois de dois anos em total descontrole, fruto de política econômica populista tocada pela então presidente Dilma Rousseff (PT), definitivamente apeada do poder em processo de impeachment, a inflação finalmente dá sinais de desaceleração. Divulgado ontem, índice oficial do aumento de preços no País mostra que o dragão está sendo amansado. No acumulado dos últimos 12 meses, o custo de vida do brasileiro cresceu 8,9%. A porcentagem é menor do que a registrada no mesmo período do ano passado, quando batia nos 9,53%.

Especialistas apontam dois fatores como razões para a redução da velocidade inflacionária. Um deles é extremamente negativo: a recessão econômica causada pelos recentes desacertos fazendários do governo petista. A outra, que também deve ser creditada à gestão de Dilma, é a superação do impacto causado nos preços pelo reajuste dos valores das tarifas administráveis, como a conta de luz e o preço dos combustíveis. Represados pelo governo apenas como instrumento para assegurar a reeleição, em outubro de 2014, foram majorados tão logo as urnas revelaram o vencedor.

Mas a perda de apetite do dragão não significa que ele esteja domado. Pelo contrário. O governo federal não pode se descuidar das medidas austeras – muitas delas impopulares, diga-se – que vem adotando desde que o presidente Michel Temer (PMDB) ascendeu ao poder, legitimado pela Constituição da República.

É por isso que não se pode, apenas para conseguir a simpatia do cidadão, abrandar, por exemplo, a política da taxa de juros básicos, mantido pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) em 14,25% ao ano há nove reuniões. À primeira vista pode parecer que o governo federal age descolado da realidade, mas não se pode tentar angariar apoio da sociedade desrespeitando a responsabilidade fiscal. Afinal, a tarefa dos escudeiros econômicos de Michel Temer, que tem dois anos e quatro meses pela frente, é hercúlea: trazer para o centro da meta, de 4,5% ao ano, a inflação que fugiu do controle. 




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