Carpegiani havia treinado durante toda a semana o seu time com Souza. O treinador declarou várias vezes que o Sao Paulo iria tentar decidir a classificaçao para as semifinais jogando no ataque em Campinas. Puro blefe. Ao divulgar a escalaçao a dez minutos da partida começar, lá estava o zagueiro Paulao. Souza, no banco de reservas. Com três zagueiros, o treinador esperava conter o ímpeto campineiro.
O blefe de Carpegiani salvou o seu time no primeiro tempo. Marco Aurélio havia preparado a Ponte Preta para fazer uma blitz no Sao Paulo. E assim foi. Durante os primeiros vinte minutos, a sorte e ruindade dos atacantes campineiros salvaram Rogério. Com triangulaçoes pelas laterais, a Ponte criou e desperdiçou várias chances. Logo aos dois minutos, Régis, livre dentro da área, chutou para fora. Pior ainda fez Narcísio. Recebeu cruzamento de Régis e, a um metro do gol, teve coragem de chutar por cima.
A pressao parecia que nao teria fim. Daniel aos 13 minutos acertou forte chute da entrada da área. Rogério espalmou e a bola foi no travessao. O gol da Ponte parecia questao de tempo. Mas depois de vinte minutos deseperadores, Carpegiani resolveu agir. Cobrou de Jorginho e Márcio Santos melhor cobertura dos alas Jorginho e Fábio Aurélio. O Sao Paulo anulava o ponto forte campineiro.
A partir daí, o que aconteceu foi um festival de faltas. De lado a lado, com a complacência do árbitro. O Sao Paulo nao tinha interesse em atacar, a nao ser em escanteios e faltas laterais, seus jogadores pareciam proibidos de pisar na grama da grande área da Ponte. O final do primeiro tempo foi arrastado, feio.
No intervalo, Marco Aurélio mandou seu time partir para o ataque de vez. Com a ajuda dos torcedores, a Ponte se abria atrás da vitória. Aos dois minutos Márcio Santos falhou, Narcísio cruzou e a bola sobrou livre para Vânder na marca do pênalti. O chute saiu forte, Rogério fez excelente defesa. Mas faltava talento à vontade campineira e o Sao Paulo conseguiu conter o ímpeto da Ponte. Aos 15 minutos Carpegiani colocava Souza no lugar de França, que se escondeu atrás dos zagueiros adversários.
Com o adversário aberto no ataque, o Sao Paulo passou a arriscar contragolpes. E deu sorte. Aos 21 minutos, Anderson cruzou, a zaga da Ponte falhou e a bola sobrou para Fábio Aurélio - um dos piores em campo. Mas ele teve tranquilidade para invadir a área, driblar Daniel, e tocar na saída de Adriano: Sao Paulo 1 a 0.
Injusto, o placar dava a classificaçao ao time da Capital. A Ponte tentava a sobrevivência. Marco Aurélio adiantou ainda mais sua equipe para o ataque. E a vontade foi premiada. Fabiano cruzou, Régis ajeitou e Narcísio acertou um chute: 1 a 1, aos 28 minutos.
Animada pelo gol, corajosa, a Ponte partiu para a virada. A postura medrosa do Sao Paulo ajudou. Aos 44 minutos, o prêmio à luta. Fabiano se antecipou à zaga e escorou cruzamento na área. Rogério conseguiu defender, mas a bola sobrou para Adrianinho tocar para o fundo do gol: Ponte Preta 2 a 1. A vantagem estava recuperada. Basta agora o empate para chegar à semifinal do Brasileiro.
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