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DVD traz antologia dos Beatles
Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
30/03/2003 | 20:38
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Esta segunda-feira será dia de festa para os beatlemaníacos, especialmente os beatlelados na internet. Chega às lojas de todo o mundo a caixa de cinco DVDs intitulada The Beatles – Anthology (EMI, R$ 160, em média), com todos os dez episódios do documentário produzido em 1995 e exibido aqui pela TV Globo.

Material exclusivo, como a jam session em que Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrison tocam a inédita canção Thinking of Linking, recheia essa coletânea visual que, em alguns sites de vendas on-line, está prometida apenas para 11 de abril.

Não fosse isso o bastante para acelerar a diástole entre os fãs, Ringo confirmou na semana passada que o álbum Get Back, ainda não lançado oficialmente, sairá neste ano.

Sites de notícia alegam que o ex-baterista teria prometido para breve o lançamento do álbum, gravado em 1969. O período foi o de maior desinteligência entre os quatro Beatles, com discussões constantes entre Paul e George e o semblante de Yoko Ono sempre à espreita no estúdio – uma afronta ao processo produtivo do grupo; afinal, Lennon levava a mulher a todo canto, até mesmo ao trabalho.

Tréguas, só mesmo mediante a presença de convidados, como o pianista Billy Preston. A crise foi tamanha que o grupo se separou pouco tempo após o fim das gravações. As fitas foram então entregues a Glyn Johns (assistente do produtor George Martin) e, das mãos deste, pararam nas de Phil Spector, que acrescentou arranjos orquestrados aqui, vocais femininos ali, e o disco, que deveria chamar-se Get Back, preencheu as prateleiras com o título Let It Be, em 1970. Registre-se que John Lennon foi o único beatle a aprovar a versão então lançada.

Ringo, em janeiro, já havia apontado a possibilidade de relançar Let It Be como estava a princípio planejado, subtraída a interferência de Spector. Ainda não o fizera, entretanto, com a hipótese de nomeá-lo com o antigo nome, Get Back. O processo de “despectorização” – como o classifica o baterista – implica não só a mudança dos arranjos de cada faixa, mas a reincorporação de canções descartadas no Let It Be comercializado há 33 anos. Serão incluídas as músicas Rocker, Save the Last Dance, Don’t Let Me Down e Teddy Boy.

A capa do disco também seria modificada. Sai o semimosaico com fotos de estúdio sobre fundo preto, entra a foto tirada em uma sacada de hotel, que se corresponde diretamente com a da capa de Please Please Me (1963) e marca a evolução musical e o acréscimo das barbas sobre as anteriores lisas faces dos roqueiros. O lançamento só confirmaria que parece não ter fim, quando o propósito é multiplicar dólares, o bricabraque da grife Beatles.




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