A competiçao no setor de telecomunicaçoes em todo o mundo pode levar as empresas privatizadas a perder entre 15% e 30% dos clientes ao ano para os concorrentes, segundo estudo global da Andersen Consulting e da Economist Intelligence Unit sobre as estratégias desse mercado para a próxima década. Uma soluçao para as empresas, constata o estudo, é a cisao (spin off) das atividades menos tradicionais para ganhar agilidade.

"A medida que a competiçao vai esquentando, o que faz a diferença é a capacidade de uma empresa de atender aos seus clientes corporativos e individuais", consta do estudo Novas Estratégias para Empresas de Comunicaçoes. "As empresas nao estarao mais organizadas geograficamente, reestruturando-se para atender as necessidades dos clientes."

A espanhola Telefónica parece estar aplicando essas conclusoes ao se reorganizar em áreas de negócios ao invés de geograficamente. A empresa começa a enfrentar concorrência no principal mercado brasileiro esta semana, com o lançamento da Vésper Sao Paulo.

"Com a abertura dos portoes da competiçao, as empresas de telecomunicaçoes podem perder de 15% a 30% dos seus clientes ao ano", afirmou a diretora da Andersen, Joellin Comerford.

Um total de 60% dos entrevistados de 90 companhias afirmou que as mudanças no padrao de consumo estao forçando uma mudança nas estruturas das empresas. Esse número sobe para 83% quando se projeta 2010.

"Os consumidores estao ficando muito mais sofisticados e terao mais opçoes", disse Comerford. "Os próximos dez anos serao testemunhas de mais mudanças nesse setor do que se viu nos últimos cem anos", acrescentou.

Para os empresários, o principal benefício de uma cisao é criar a cultura de que vale a pena correr riscos. É mais difícil fazer essa mudança da cultura empresarial nas grandes holdings. Com a cisao, as empresas tornam-se mais "virtuais e flexíveis".

Mas as parcerias - até com concorrentes - sao vistas como soluçao também. Os executivos prevêem que 42% do negócio vao depender dessas alianças em 2010. Nesta terça-feira, apenas 18% das atividades sao decorrentes de parcerias. Os novos parceiros terao de agregar às empresas de telecomunicaçoes conhecimento sobre como lidar com o consumidor.