O deputado estadual Orlando Morando (PSDB-São Bernardo) foi escolhido pelo presidente da Assembléia Legislativa, Vaz de Lima (PSDB), para produzir um relatório sobre projeto de lei que autoriza o Estado a obter empréstimo de US$ 450 milhões. O dinheiro é para as obras da linha 4 do Metrô, onde ocorreu um acidente em janeiro, deixando sete mortos.
O projeto foi apresentado em regime de urgência pelo governador José Serra no último dia 20. Como a composição das comissões permanentes ainda não foi definida pelos parlamentares, Vaz de Lima decidiu indicar Morando como relator especial da proposta.
A análise do deputado de São Bernardo irá substituir parecer da Comissão de Constituição e Justiça. Morando adianta que seu parecer, que deve ser apresentado hoje, será favorável ao empréstimo.
O dinheiro para as obras virá do Bird (Banco Mundial) e de um consórcio de bancos japoneses. Cada entidade emprestará US$ 250 milhões. “Estamos falando sobre uma linha do Metrô que vai até Taboão da Serra, e que aumentará em 20% a malha desse transporte”, justifica Morando.
A oposição critica a iniciativa do Governo em continuar com as obras sem que as investigações sobre a cratera em Pinheiros tenham sido concluídas. As obras foram retomadas esta semana.
Para Mário Reali (PT-Diadema), o pedido de empréstimo também não se justifica porque o Estado teria em caixa R$ 150 milhões para as obras do Metrô. “O governo obteve um empréstimo de R$ 300 milhões e só gastou a metade. A gente precisa saber o que está ocorrendo.”
O líder da bancada petista, Simão Pedro, apresentou uma emenda que obriga o Estado a publicar mensalmente no Diário Oficial os gastos com o empreendimento. Morando deve apresentar parecer contrário à emenda do petista.
“Seguramente, o Orlando Morando não vai contemplar nesse projeto nenhuma emenda que favoreça a democracia, a transparência e o papel de fiscalização da Assembléia”, critica Mário Reali (PT-Diadema).
“O discurso da oposição na questão do Metrô é impróprio e se refere a disputa política. A obra é de grande importância e precisa ser concluída”, contra-ataca o tucano de São Bernardo.
Os parlamentares petistas reclamam da escolha de um relator especial para a análise desse assunto. Com a medida, ao invés de 11 deputados analisarem a proposta, apenas um fica responsável por produzir relatório. A partir desse documento, o projeto é colocado em votação no plenário.
“O Vaz de Lima traiu o compromisso que firmou com o PT quando foi eleito. E também começou sua gestão na presidência muito mal”, queixa-se Reali. “Ele se comprometeu a valorizar a Assembléia Legislativa, defender o trabalho das comissões permanentes, que foi a condição para que apoiássemos a sua eleição. Traiu os 20 votos que o PT deu para ele”, conclui o deputado de Diadema.Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.