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Servidores de Diadema acampam na Câmara
Cynthia Tavares
Especial para o Diário
13/05/2011 | 07:15
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A greve dos servidores de Diadema, que chega hoje ao 16º dia, tomou conta do plenário da Câmara. Desde as 14 h de ontem, cerca de 100 funcionários estavam acampados com a promessa de permanecer no local até que o fim da paralisação seja decretado.

Os servidores foram preparados para passar a noite. Quando a equipe do Diário chegou, o sindicato servia lanche aos manifestantes. "Só vou sair daqui quando tiver uma resposta justa do Executivo. Trouxe blusa de frio e escova de dente. Liguei para o meu marido e avisei que não vou dormir em casa. Ele não gostou muito, mas vou ficar e acatar a decisão do coletivo", declarou Maria Helena da Silva, servidora da Prefeitura há 17 anos.

A sessão foi encerrada rapidamente, por conta da manifestação. O presidente do Legislativo, Laércio Soares (PCdoB), afirmou que não vai tomar nenhuma medida para vedar o protesto. "Não causa nenhum problema, na medida em que não seja destruído nenhum bem público. Se tiver dano ao patrimônio tomaremos providência", prometeu. "Não vamos acionar a Guarda Municipal e nem a PM. Eles (manifestantes) são responsáveis pelas ações", complementou.

A decisão de ir ao prédio do Legislativo foi tomada após duas proposituras do Executivo entrarem na ordem do dia de ontem. "Havíamos reivindicado para as lideranças do partido que não colocassem nenhum projeto do prefeito em votação até que esse conflito fosse resolvido. Hoje (ontem) eles colocaram dois projetos em votação", explicou a presidente do Sindema, Jandyra Uehara Alves.

O líder do governo, Orlando Vitoriano (PT), disse que não foi esse o acordo firmado entre os parlamentares e sindicato. "Na quinta-feira da semana passada, eles propuseram que se trancasse a pauta até que o governo reabrisse as negociações. Não teve a necessidade de discutir isso junto às lideranças porque o Executivo abriu negociações no mesmo dia. Não foi traição, como eles disseram, porque não foi esse o acordo", defendeu o petista.

A vereadora Irene dos Santos (PT) se recusou a votar as proposituras, até mesmo aquelas que tinham os parlamentares como autores. "Sou a favor de suspender tudo. O que mais temos de grave na cidade é essa greve dos funcionários. É um prejuízo muito grande para nossa população, pois ela depende quase que 100% do serviço público. Cada vez mais os equipamentos de Saúde aderem à greve. A situação ficou insustentável", apontou.

Porém, a paralisação não tem sido sentida de forma tão incisiva nas ruas. O atendimento no Hospital Municipal, por exemplo, não está paralisado. "Decidimos que não haveria greve, porque compreendemos que não seria responsável, sendo que o atendimento já é precário", justificou Jandyra.

A expectativa é que hoje ocorra mais uma mesa de negociação para que seja feita nova proposta aos grevistas.




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