O presidente da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Banestado, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), mandou um recado para os parlamentares que estão desconfiando dos trabalhos desempenhados na comissão, principalmente pelo vazamento de informações consideradas sigilosas. "Nas minhas costas não vão ficar erros dos outros", disse o tucano visivelmente irritado.

Ele aproveitou para comunicar o fato de estar superado o mal estar gerado por uma notícia publicada pelo jornal Folha de São Paulo, nesta quinta-feira. De acordo com a reportagem, o relator da CPMI, deputado José Mentor (PT-SP), teria revelado a membros do seu partido e da base aliada do governo possuir material suficiente para tomar depoimento de pessoas relacionadas a Antero, a maioria ligada à oposição. "Ninguém vai arrancar de mim declarações contra o trabalho desenvolvido pelo relator, mesmo porque eu não penso assim", afirmou o senador.

Ainda de acordo com o material veiculado no periódico, uma conversa captada pela TV Senado, logo após a sessão da CPI do Banestado realizada no dia 23 de junho passado, revelou que integrantes do PT na comissão debateram formas de evitar uma possível convocação do advogado Roberto Teixeira, amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os três envolvidos no diálogo eram o deputado federal Eduardo Valverde (PT-RO), a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) e o próprio Mentor.

"É preciso que as pessoas parem de ver assombração, de ver vazamento em sessões que são públicas. O que temos que analisar na questão é o conteúdo, o essencial. E não ficar em cima de filigranas, do acessório, tentando justificar o injustificável", comentou Antero, de acordo com informações da Agência Senado.

Antero Paes de Barros confirmou que nesta sexta-feira fará um pronunciamento na tribuna do Senado para esclarecer alguns pontos polêmicos da CPMI do Banestado.