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Dilma reconhece que PAC deve ter impacto eleitoral
15/03/2008 | 08:41
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A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, acredita que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), por suas qualidades, pode provocar impacto eleitoral, mesmo que não tenha sido concebido para isso. “Um bom governo é aquele que tem o reconhecimento do povo quando faz obras justas, corretas e benéficas para sua população, traz renda para ela, dá acesso aos serviços básicos e, nesse sentido, esperamos que o PAC seja reconhecido”, afirmou, em entrevista coletiva na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, sexta-feira à noite. “Se vai ser (reconhecido) ou não, é outra coisa”, complementou.

Dilma destacou que as obras do programa contemplaram gestores regionais de todas as correntes políticas e foram selecionadas por critérios técnicos, não tendo nenhuma relação com intervenções feitas para resolver problemas eleitorais, como nos antigos costumes brasileiros. Por isso, defendeu que os bons programas sejam feitos sempre, sem interrupções em anos eleitorais. “Essa história de parar a cada dois anos só prejudica os milhões de brasileiros (que precisam das obras) e interessa a uma briga política rebaixada”, afirmou, propondo que as brigas passem a ser por projetos.

A entrevista foi concedida depois de uma palestra para deputados, líderes sindicais e empresariais na qual expôs as principais obras do PAC no Rio Grande do Sul. A ministra lembrou que o governo lançou o programa sob a descrença geral e que adversários políticos chegaram a tachá-lo de lista de obras que não saem do papel.

Agora, colhendo aplausos de trabalhadores e empresários, Dilma alfinetou a imprensa, que, segundo ela, chegou a dizer que as obras não sairiam do papel.

“Quando diziam que o PAC não existia, eu afirmava que não valeria chamá-lo de eleitoreiro quando ele existisse”, ressaltou. “Essa pauta eu conheço.” Dilma também voltou a comentar a condição de “mãe do PAC”, atribuída a ela pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante uma visita a obras em favelas do Rio de Janeiro, no dia 7 de março. “Ele falou simbolicamente, apontando-me como a pessoa a ser cobrada caso as coisas atrasem”, afirmou, repetindo a explicação que dera logo depois do pronunciamento do presidente.

Invasões - Dilma recebeu reivindicações de movimentos sociais. A Via Campesina mostrou fotos da agressão que cerca de 500 mulheres sofreram da Brigada Militar na desocupação de uma fazenda da Stora Enso, em Rosário do Sul, na semana passada. Dilma prometeu estudar e encaminhar as reivindicações aos setores competentes, mas advertiu: “Não invadam usinas em funcionamento.”



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