Internacional Titulo
Barak veta plano de retirada do sul do Líbano
Do Diário do Grande ABC
17/03/2000 | 15:35
Compartilhar notícia


O primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, vetou o plano de retirada militar do Sul do Líbano apresentado pelo chefe do Estado Maior, que contempla manter posiçoes militares em centenas de metros no território libanês, afirmou a rádio militar.

Durante um encontro em Telaviv com o chefe do Estado Maior, general Shaul Mofaz, Barak, que também é ministro da Defesa, se declarou ``contrário ao plano', disse a rádio.

A reuniao foi confirmada pelo porta-voz do Ministério da Defesa, Avi Kalstein. Ele disse que ``o exame do plano do Exército continuará semana que vem'.

Merav Parzi-Tzadok, uma porta-voz do primeiro-ministro, reafirmou a decisao do governo de ``deslocar o exército israelense para a fronteira internacional antes de julho'.

``Após a retirada, o exército israelense garantirá a segurança no norte de Israel', acrescentou a porta-voz.

O general Shaul Mofaz e outros responsáveis militares apresentaram o plano, batizado de ``Alba', nesta sexta-feira. Ele foi elaborado para aplicar a decisao de retirada anunciada pelo governo em 5 de março, no caso de nao se chegar a nenhum acordo com o Líbano ou a Síria, país que possui influência determinante sobre Beirute.

Segundo a rádio militar, o general Mofaz propôs que Israel conserve uma ``faixa de segurança' de cerca de 500 metros de comprimento ao norte da fronteira, em território libanês, para dificultar infiltraçoes de comandos ou disparos de armas leves do sul do Líbano.

O plano prevê o reforço das medidas de proteçao nas localidades israelenses situadas perto da fronteira, o deslocamento das posiçoes do exército israelense posicionadas no sul do Líbano para a zona fronteiriça, a construçao de estradas para facilitar as missoes de vigilância e a modernizaçao do sistema de fechamento da fronteira.

``O plano, elaborado pelo serviço de planejamento do Exército, traduz seu temor de que o Hezbollah xiita libanês ou as organizaçoes libanesas de obediência síria mantenham seus ataques contra Israel depois de uma retirada unilateral', declarou um especialista militar, Amir Oren.

Segundo o correspondente militar do jornal Haaretz, ``a inteligência militar está convencida de que uma retirada unilateral nao trará calma à fronteira, que continuará sendo alvo de ataques contra o norte de Israel, e que o exército israelense deverá continuar operando no Líbano'.

O general Mofaz advertiu em inúmeras ocasioes sobre o risco de que os ataques da milícia xiita Hezbollah continuem depois da retirada militar israelense. O general, que realizou nos últimos dias uma inspeçao das linhas da qual as forças israelenses devem se retirar, sempre assegurou que o Exército nao tem nada a dizer sobre a decisao do governo de retirar-se unilateralmente.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;